Amorim disse, em uma entrevista nesta manhã, que o governo Lula não cometerá a “loucura” de romper relações diplomáticas com a Venezuela.
Por Redação – de Brasília
Assessor especial da Presidência para política internacional, o diplomata Celso Amorim afirmou, nesta terça-feira, que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve manter as relações do Brasil com a Venezuela sem, no entanto, reconhecer o resultado da eleição que reelegeu o presidente Nicolás Maduro.
Amorim disse, em uma entrevista nesta manhã, que o governo Lula não cometerá a “loucura” de romper relações diplomáticas com a Venezuela, mas repetiu que o Brasil não reconhecerá o resultado das eleições, que a oposição afirma ter sido fraudado, alegando ter, na realidade, vencido o pleito.
— O Brasil não reconhece governos, o Brasil reconhece Estados. O Brasil continuará a ter relações com a Venezuela, nós não vamos cometer a loucura que foi cometida no governo anterior de retirar os diplomatas, de fechar tudo — adiantou Amorim.
Atas eleitorais
Segundo o ex-ministro das Relações Exteriores, “temos interesses dos mais variados, desde a questão migratória até interesses mesmo de investimentos de empresas brasileiras na Venezuela, não vejo razão para a gente deixar de fazer esses investimentos”.
— Agora, dizer que a gente reconheceu as eleições, de que o Maduro ganhou, isso eu não creio que a gente vá fazer — acrescentou.
Lula e o governo brasileiro têm condicionado um posicionamento sobre a eleição presidencial venezuelana à apresentação das atas das seções eleitorais do país, que não foram divulgadas pelas autoridades venezuelanas que, ainda assim, declararam Maduro vencedor.
China
Ainda no âmbito internacional, o presidente Lula (PT) enviou, nesta terça-feira, uma mensagem de felicitação ao líder chinês, Xi Jinping, por ocasião do 75º aniversário da fundação da República Popular da China. A mensagem ressaltou a importância da parceria estratégica entre Brasil e China, destacando que os laços bilaterais transcendem as relações comerciais e refletem valores e interesses comuns, especialmente em um cenário global marcado por conflitos e incertezas.
De acordo com a agência de notícias chinesa Xinhua, Lula reiterou a disposição do Brasil em fortalecer essa parceria, buscando o aprofundamento contínuo dos laços diplomáticos e comerciais com a China. O presidente brasileiro destacou que a relação entre os dois países tem se mostrado um exemplo de estabilidade e cooperação para o mundo, que enfrenta desafios econômicos e geopolíticos cada vez maiores.
O aniversário da República Popular da China é celebrado como um marco da transformação do país em uma potência global, tanto no campo econômico quanto no combate à pobreza. O editorial do diário chinês ‘Global Times’ sobre os 75 anos do êxito da Revolução sublinhou que a China, sob a liderança do Partido Comunista, atingiu um crescimento econômico sem precedentes, com o PIB do país aumentando 223 vezes desde 1952, e contribuiu significativamente para a redução da pobreza global.