O Mundial de natação paralímpica vai até o próximo domingo, com transmissão ao vivo na conta do Comitê Olímpico Internacional (Paralympic Games) no YouTube. As provas no Mundial ocorrem em dois períodos.
Por Redação, com ABr - de Manchester
O Brasil alcançou na quarta-feira a quarta posição no quadro de medalhas do Mundial de natação paralímpica em Manchester (Inglaterra), ao subir seis vezes ao pódio, quatro delas com medalhas de ouro. Foi o caso do mineiro Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, que conquistou na quarta o bicampeonato na prova dos 100 metros costas, classe S2 (limitação físico-motora) e ainda estabeleceu novo recorde das Américas, em vigor desde desde 2018, e da competição ao completar a prova em 1min55s34. Gabrielzinho deixou para trás o chileno Alberto Abarza (2min06s42), que detinha a melhor marca do continente na prova, e pelo polonês Jacek Czech (2min07s04).
– É a prova mais difícil para mim. Mas a cada treino e competição, eu tenho aprendido mais. Era o único recorde das Américas que não era meu e cheguei com o objetivo de batê-lo. Agora, podem pesquisar recordes das Américas e todos, entre as provas que disputo, estarão com meu nome, Gabriel Araújo – disse o nadador, de 21 anos, que faturou o primeiro ouro na prova na edição do ano passado, na Ilha da Madeira (Portugal).
A pernambucana Carol Santiago faturou na quarta-feira, dia em que completa 38 anos, seu terceiro ouro no Mundial na prova dos 50m livre classe S12 (baixa visão), também com direito a quebra de recorde. Ela venceu como tempo de 26s71, superando a ucraniana Anna Stetsenko (28s01), medalha de prata, e a italiana Alessia Berra (28s38), que ficou com o bronze. Nesta edição do Mundial, Carol já arrematou ouro em duas provas: nos 100m costas e borboleta.
Outro expoente, o paulista Samuel de Oliveira, de 17 anos, assegurou o topo do pódio com vitória nos 50m borboleta, classe S5 (comprometimento físico-motor), sua prova favorita, em 31s21, o novo recorde da competição e das Américas. Caçula da delegação brasileira no Mundial, Samuca superou os chineses Jincheng Guo, prata (31s53), e Weiyi Yuan, bronze (31s58). Foi a segunda medalha do paulista nesta edição: na segunda-feira, ele já conquistara o bronze nos 50m livre.
– É uma sensação única. Estou muito feliz. O esforço tem valido a pena. É uma prova muito difícil, porque qualquer erro pode tirar a medalha. Confesso que não fiz um tempo que imaginava. Foi melhor do que estava planejando. Consegui, também, graças ao acompanhamento psicológico que tenho feito – revelou o atleta.
Dobradinha de ouro e prata
A quarta ainda teve dobradinha de ouro e prata, respectivamente, das gêmeas paranaenses Débora e Beatriz Carneiro nos 100m borboleta da classe S14 (deficiência intelectual). Débora quebrou o recorde das Américas duas vezes: primeiros na eliminatórias, e depois na final com o tempo de 1min15s10. A irmã Beatriz (1min15s72) chegou em segundo e a australiana Paige Leonhardt (1min16s50) em terceiro.
– Eu chorei muito e vou continuar chorando. Vou chegar a Maringá [cidade natal] chorando. Foi uma alegria imensa. Esse foi meu primeiro ouro em Mundial. Tive que focar e prestar atenção para fazer o melhor tempo da minha vida – comemorou Débora. “É uma emoção dividir o pódio com a minha irmã. Nós mentalizamos esse tempo de 1min15, escrevemos em nossos cadernos e conseguimos”, completou Beatriz.
A mineira Patrícia Santos faturou o bronze, sua primeira medalha no Mundial, nos150m medley SM4 (limitação físico-motora). Ela concluiu a prova em 3min06s30, atrás da sul-africana Kat Swanepoel (2min51s41) que ficou com o ouro, e da alemã Gina Boettcher (3min01s70), medalha de prata.
Nunca vai ser fácil conquistar uma medalha. O caminho é esse. Estou trabalhando para controlar melhor minha mente durante as provas. Um pequeno descuido pode colocar tudo a perder”, sintetizou a atleta, que foi baleada no pescoço durante um assalto a uma casa lotérica onde trabalhava como caixa e ficou tetraplégica.
O Mundial de natação paralímpica vai até o próximo domingo, com transmissão ao vivo na conta do Comitê Olímpico Internacional (Paralympic Games) no YouTube. As provas no Mundial ocorrem em dois períodos: as eliminatórias são disputadas de madrugada (no horário de Brasília), e as finais no turno da tarde.
Programação dos brasileiros nesta quinta-feira
100m peito SB12 – 5h12 – eliminatórias
Carol Santiago
100m livre S8 masculino – 5h29 – eliminatórias
Gabriel Cristiano
50m costas S3 – eliminatórias
Edênia Garcia (5h41)
Susana Schnarndorf (5h45)
Maiara Regina (5h45)
200m medley SM5 masculino – 6h04 – eliminatórias
Samuel de Oliveira
200m medley SM5 feminino – 6h11 – eliminatórias
Esthefany Rodrigues
100m livre S9 – eliminatórias
Mariana Gesteira (6h40)
Camille Rodrigues (6h43)
400m livre S6 masculino – 13h35 – final direta
Talisson Glock
400m livre S6 feminino – 13h43 – final direta
Laila Suzigan
100m livre S8 feminino – 14h28 – final direta
Cecília Araújo
50m costas S4 – 15h02 – final direta
Lídia Vieira
200m livre S2 – 15h31 – final direta
Bruno Becker e Gabriel Araújo
Revezamento misto 4x100m livre – 49 pontos – 16h41 – final direta
Revezamento misto 4x 100m livre – S14 – 16h49 – final direta