Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Brasil fica na lanterna, em lista de grandes investidores internacionais

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Terça, 04 de Maio de 2021 às 12:42, por: CdB

Levantamento exclusivo da consultoria MB Associados, divulgado na edição online do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP), nesta manhã, revela que em uma lista com 19 países, o Brasil ficou na terceira pior posição, com pontuação de 60% (quanto mais próximo de 100%, pior). Apenas Filipinas e África do Sul tiveram desempenho pior.

Por Redação - de São Paulo

Os grandes fundos de investimento internacionais, aliados às multinacionais têm acompanhado, de perto, os indicadores que vão além de emprego e da inflação na maioria dos países do mundo. O Brasil, no entanto, está entre os piores emergentes nesses e em outros critérios, que incluem resultados sociais, ambientais e de governança.

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Devido à falta de uma gestão mais efetiva da pandemia, a maioria dos grandes investidores tem deixado o Brasil fora de seus portfólios

Levantamento exclusivo da consultoria MB Associados, divulgado na edição online do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP), nesta manhã, revela que em uma lista com 19 países, o Brasil ficou na terceira pior posição, com pontuação de 60% (quanto mais próximo de 100%, pior). Apenas Filipinas e África do Sul tiveram desempenho pior, enquanto Coreia do Sul (2%) e Chile (24%) ficaram com o topo.

É a primeira vez que a MB faz uma lista desse tipo, que aponta critérios Meio Ambiente, Social e Governança (ESG, na sigla em inglês) e usa como critérios o ranking ambiental da Universidade Yale, nos Estados Unidos, o índice de Gini (medidor de desigualdade) e os dados do Banco Mundial para mapear indicadores de governança, como estabilidade política, eficiência do governo e controle da corrupção.

Bolsonaro

Nos critérios sociais e de governança, o Brasil se sai pior, com 71% e 72% nesses indicadores, respectivamente. O país só vai bem no cumprimento de regras ambientais, com 39%.

— Entretanto, a gestão Bolsonaro tem sido tão precária no manejo da questão ambiental, que será muito provável ver a posição do país piorar no ano que vem — disse Sergio Vale, economista-chefe da MB, à FSP.

Em abril, durante fala na Cúpula do Clima, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um giro em seu discurso, prometendo duplicar recursos para fiscalização ambiental, destacando o Brasil na "vanguarda do enfrentamento do aquecimento global" e pedindo contribuições internacionais para preservação.

— Todo o mundo sabe fazer discurso, o que o investidor quer são ações concretas — diz Vale.

Indicadores

O economista ressalta, ainda, que não há um esforço consistente por parte do governo no sentido de mudar as práticas ambientais.

— Justamente por isso, o risco de o Brasil passar vergonha no indicador ambiental de Yale é grande, caso o país não mude a trajetória dos últimos dois anos — acrescentou.

Vale acredita, ainda, que a piora dos indicadores de desigualdade durante a pandemia de covid-19 e a piora de governança do país nos anos recentes devem se manter, o que também deve conservar o Brasil nas piores posições entre os emergentes no ranking ESG.

— Não estamos fazendo o esforço necessário para mudar essa trajetória. Pelo contrário, o governo Bolsonaro tem piorado sistematicamente essas variáveis — resumiu.

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