Respondendo a perguntas de estudantes, o premiê disse que a cúpula climática das Nações Unidas vai ser "dura, muito dura". "Estou muito preocupado que ela possa ir mal e que nós talvez não alcancemos os acordos de que precisamos", declarou.
Por Redação, com ANSA - de Londres
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, demonstrou preocupação nesta segunda-feira sobre um possível fracasso nas negociações na COP26, que começa no próximo dia 31 de outubro, em Glasgow. Respondendo a perguntas de estudantes, o premiê disse que a cúpula climática das Nações Unidas vai ser "dura, muito dura". "Estou muito preocupado que ela possa ir mal e que nós talvez não alcancemos os acordos de que precisamos", declarou. Ainda assim, Johnson acrescentou que acredita que "isso pode ser feito". Aguardada com expectativa por causa da piora das previsões sobre a crise climática na Terra, a cúpula não terá a presença de dois dos principais líderes mundiais: os presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin. Os temas em pauta serão o aumento das ambições dos países para conter o aquecimento global e a regulamentação do mercado mundial de créditos de carbono, questões que ficaram pendentes da COP25, em 2019. Segundo um relatório divulgado recentemente pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o mundo tem hoje a maior concentração de CO2 na atmosfera em 2 milhões de anos. Além disso, o documento aponta que o aumento do nível dos mares é um fenômeno "irreversível". Já no último sábado, o presidente da COP26, Alok Sharma, havia admitido que seria mais difícil chegar a um consenso em Glasgow do que no Acordo de Paris, que estabeleceu a meta de manter o aquecimento global neste século "bem abaixo" dos 2ºC em relação aos níveis pré-industriais. Para ambientalistas e a ONU, o ideal seria que esse aumento não passasse de 1,5ºC, mas, para isso, os países precisam se comprometer com metas mais agressivas para redução de emissões de gases do efeito estufa. – Aquilo que estamos tentando fazer em Glasgow é verdadeiramente difícil. Aquilo que foi feito em Paris é fantástico, mas foi um acordo-quadro, e muitas regras ainda precisam ser discutidas – declarou Sharma.