Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Boris Johnson teme fracasso em negociações na COP26

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Segunda, 25 de Outubro de 2021 às 11:33, por: CdB

 

Respondendo a perguntas de estudantes, o premiê disse que a cúpula climática das Nações Unidas vai ser "dura, muito dura". "Estou muito preocupado que ela possa ir mal e que nós talvez não alcancemos os acordos de que precisamos", declarou.

Por Redação, com ANSA - de Londres

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, demonstrou preocupação nesta segunda-feira sobre um possível fracasso nas negociações na COP26, que começa no próximo dia 31 de outubro, em Glasgow.
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Ativistas ambientais protestam em Londres, Reino Unido, país que receberá a COP26
Respondendo a perguntas de estudantes, o premiê disse que a cúpula climática das Nações Unidas vai ser "dura, muito dura". "Estou muito preocupado que ela possa ir mal e que nós talvez não alcancemos os acordos de que precisamos", declarou. Ainda assim, Johnson acrescentou que acredita que "isso pode ser feito". Aguardada com expectativa por causa da piora das previsões sobre a crise climática na Terra, a cúpula não terá a presença de dois dos principais líderes mundiais: os presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin. Os temas em pauta serão o aumento das ambições dos países para conter o aquecimento global e a regulamentação do mercado mundial de créditos de carbono, questões que ficaram pendentes da COP25, em 2019. Segundo um relatório divulgado recentemente pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o mundo tem hoje a maior concentração de CO2 na atmosfera em 2 milhões de anos. Além disso, o documento aponta que o aumento do nível dos mares é um fenômeno "irreversível". Já no último sábado, o presidente da COP26, Alok Sharma, havia admitido que seria mais difícil chegar a um consenso em Glasgow do que no Acordo de Paris, que estabeleceu a meta de manter o aquecimento global neste século "bem abaixo" dos 2ºC em relação aos níveis pré-industriais. Para ambientalistas e a ONU, o ideal seria que esse aumento não passasse de 1,5ºC, mas, para isso, os países precisam se comprometer com metas mais agressivas para redução de emissões de gases do efeito estufa. – Aquilo que estamos tentando fazer em Glasgow é verdadeiramente difícil. Aquilo que foi feito em Paris é fantástico, mas foi um acordo-quadro, e muitas regras ainda precisam ser discutidas – declarou Sharma.

Recorde

De acordo com um relatório divulgado nesta segunda-feira pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), a concentração de gases do efeito estufa na atmosfera não é apenas recorde, mas a taxa de crescimento atual também é superior à da média da década passada. – Estamos totalmente fora do rumo – alertou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas. Se o ritmo atual se mantiver, o século terminará com um aumento da temperatura média do planeta "amplamente superior" aos objetivos do Acordo de Paris, segundo Taalas. – A última vez em que a Terra experimentou uma concentração similar de CO2 foi entre 3 milhões e 5 milhões de anos atrás, quando a temperatura era de 2 a 3ºC mais quente, e o nível do mar era de 10 a 20 metros maior. Só que na época não havia 7,8 bilhões de pessoas – acrescentou o secretário da OMM.
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