Rio de Janeiro, 19 de Maio de 2025

Bombardeio norte-americano ao Iêmen deixa mais de 70 mortos

Um bombardeio norte-americano ao porto de combustíveis de Ras Issa no Iêmen resultou em mais de 70 mortos e 170 feridos, em um ataque considerado o mais letal da ofensiva contra os houthis.

Sexta, 18 de Abril de 2025 às 14:17, por: CdB

O Comando Central dos EUA (Centcom) disse em um comunicado que destruiu o porto de combustíveis de Ras Issa, controlado pelos insurgentes, que são acusados de se beneficiar econômica e militarmente dessas instalações para vender combustível.

Por Redação, com Reuters – de Sanaã

Ao menos 74 pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas no bombardeio lançado nesta quinta-feira pelos Estados Unidos contra o porto petrolífero de Ras Issa, no Mar Vermelho, segundo informou nesta sexta-feira o Ministério da Saúde do governo administrado pelos houthis iemenitas. A cifra faz deste o ataque mais letal até agora na ofensiva lançada pelo governo do presidente norte-americano, Donald Trump, contra os rebeldes.

Bombardeio norte-americano ao Iêmen deixa mais de 70 mortos | Caminhões-tanque foram destruídos no ataque de mísseis norte-americanos ao porto iemenita
Caminhões-tanque foram destruídos no ataque de mísseis norte-americanos ao porto iemenita

O Comando Central dos EUA (Centcom) disse em um comunicado que destruiu o porto de combustíveis de Ras Issa, controlado pelos insurgentes, que são acusados de se beneficiar econômica e militarmente dessas instalações para vender combustível e financiar suas operações.

O porto, juntamente com Al Hudaydah e Salif, recebe cerca de 70% de todas as importações e 80% da ajuda humanitária que entra no Iêmen, de acordo com a ONU, enquanto os EUA e outros países afirmam que ele é usado pelos houthis para importar e exportar petróleo ilegalmente.

 

Receitas

“Os lucros dessas vendas ilegais financiam e sustentam diretamente as atividades terroristas dos houthis, apoiados pelo Irã”, diz a nota do Centcom, acrescentando que “as forças dos EUA tomaram medidas para eliminar essa fonte de combustível” para os insurgentes “e privá-los das receitas ilegais que financiaram seus esforços para aterrorizar toda a região por mais de uma década”.

Os houthis, por sua vez, acusaram os EUA de cometer um “crime de guerra” ao bombardear o porto de Ras Issa. “Esta agressão completamente injustificada representa uma violação flagrante da soberania e independência do Iêmen e um ataque direto a todo o povo iemenita”, disseram os rebeldes em um comunicado.

“O ataque tem como alvo uma instalação civil vital que serve o povo iemenita há décadas, a fim de impedi-lo de receber suprimentos essenciais e puni-lo por sua posição justa e equitativa em apoio ao povo palestino oprimido”, acrescentaram os insurgentes.

 

“Aniquilação”

Em recente pronunciamento, Trump ameaçou os insurgentes houthis com “aniquilação total”. Desde então, as forças dos EUA têm disparado contra áreas no Iêmen controladas pela milícia quase que diariamente.

Os insurgentes responderam com ataques contra navios de guerra norte-americanos e embarcações israelenses, enquanto denunciam que cerca de 100 pessoas já foram mortas pelos novos bombardeios norte-americanos.

Ao lado do Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e do Hezbollah no Líbano, os houthis fazem parte do “Eixo da Resistência” liderado pelo Irã e dirigido contra Israel e os EUA. Seu objetivo declarado é a destruição de Israel. 

O Hamas desencadeou a guerra na Faixa de Gaza com ataque sem precedentes a Israel em 7 de outubro de 2023. Os houthis, por sua vez, têm lançado ataques regulares com foguetes contra Israel.

Desde o início da guerra de Gaza, eles também atacaram repetidamente navios no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, bem como alvos em Israel com drones e mísseis – de acordo com suas próprias declarações “em solidariedade aos palestinos” na Faixa de Gaza.

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