Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Bolsonaro passeia de moto, em pleno expediente, e apoia fuzis em lugar de feijão

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Sexta, 27 de Agosto de 2021 às 13:32, por: CdB

Na conversa com os populares, antes de embarcar para Goiás onde iria participar de um passeio de moto em pleno expediente comercial, nesta tarde, o presidente também disse que a alta da inflação não depende dele.

Por Redação - de Brasília
Cada vez mais longe da realidade brasileira, que vive a pior crise hídrica do último século e um nível recorde de desemprego, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a insistir nesta sexta-feira, em conversa com seguidores no chamado ‘chiqueirinho’, à saída do Palácio da Alvorada, que toda a população compre fuzis. Ele afirmou, ainda, que aqueles que não têm intenção de adquirir o armamento não devem "encher o saco" daqueles que quiserem comprar.
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Sem máscara sanitária, Bolsonaro fez questão de aglomerar e evitar o distanciamento social
Na conversa com os populares, antes de embarcar para Goiás onde iria participar de um passeio de moto em pleno expediente comercial, nesta tarde, o presidente também disse que a alta da inflação não depende dele e chegou a dizer que sua vida está em risco enquanto ocupar a Presidência. — Tem todo mundo que comprar fuzil, pô! Povo armado jamais será escravizado. Tem o idiota 'ah, tem que comprar feijão'. Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar — vociferou. O mandatário voltou a responsabilizar os governadores de Estado pelos preços do gás e da gasolina, que classificou de "abusivos". — Temos problemas? Temos. Eu não quero inflação alta, mas tem coisa que não depende da gente — diz ele.

Extrema direita

Para o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) é “inacreditável” o Brasil debater a possibilidade de um golpe por parte do presidente da República em pleno 2021. Segundo ele, diariamente Jair Bolsonaro atenta contra a democracia, participando, inclusive, da convocação de novos atos antidemocráticos para 7 de setembro. Freixo afirmou à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA) que Bolsonaro tem como objetivo destruir a materialização da vitória contra um período sombrio da história brasileira: a criação da Constituição Federal de 1988. — É exatamente ela que está ameaçada pelo governo Bolsonaro. A gente vê a tentativa de anular a Constituição de 1988. Bolsonaro é um projeto de extrema direita que tenta anular a resposta principal ao golpe de 1964. O governo Bolsonaro é em si um golpe. Isso não significa que ele vai repetir a ditadura, porque não tem força política. Como está cada vez mais enfraquecido, e tenta adensar mais o fanatismo e a radicalização política — acrescentou Marcelo Freixo.

Isca

Bolsonaro e seus apoiadores marcaram manifestações em todo o Brasil para o próximo dia 7, com o objetivo de intimidar instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF). Por outro lado, movimentos sociais articulam, no mesmo dia, novos atos da Campanha Nacional Fora Bolsonaro. O deputado federal não acredita que ocupar as ruas contra Bolsonaro, num dia de extrema tensão, seja positivo. Na avaliação de Freixo, o presidente mira uma “democracia fragilizada” e as articulações progressistas e de esquerda precisam estar ao lado das instituições, sem entrar em qualquer tipo de enfrentamento físico, o que faria parte do “jogo da extrema-direita”, como ele define. — Não podemos disputar a defesa da democracia no campo do Bolsonaro. O 7 de setembro vai marcar mais uma ruptura democrática e outro enfraquecimento de Bolsonaro, então não é um momento de fazer outro ato contra ele. Há vídeos falando sobre invasão ao Congresso e ao Supremo, e não podemos estar nesse cenário. Nosso lugar é na democracia e ao lado das instituições, ou seja, não se pode dar palanque a uma falsa simetria. Nós não podemos cair numa isca tão previsível como essa — pontuou o parlamentar.

Milícia

Marcelo Freixo também falou sobre suas perspectivas ao longo prazo e a necessidade de derrubar o fascismo nas eleições de 2022. O deputado acredita que desidratar o movimento bolsonarista será um trabalho mais demorado, após dar o primeiro passo: vencer Bolsonaro nas urnas. — É a primeira vez que a extrema-direita vence uma eleição. Ela já existiu, desde o integralismo, mas nunca teve mais de 10%. Agora, ela venceu e pode disputar de novo em 2022. Por isso, precisamos ter responsabilidade e um projeto de país. Derrotar o bolsonarismo não é possível agora, mas precisamos reduzir o efeito dele para voltar aos seus 10% anteriores. Derrubar o voto impresso foi um passo, as eleições de 2022 serão mais um e, depois, será preciso criar uma comunicação capaz de reduzir o bolsonarismo — ressaltou. Por sorte da democracia, os robôs que atuam nas redes sociais em favor do golpe de Estado não contam com uma revisão mínima. O termo #ToContigoBoldonaro, com o nome de Jair Bolsonaro contendo um erro crasso, virou piada nas redes sociais na manhã desta sexta-feira. Internautas ironizaram o erro e disseram que o filho ’02’, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o Carluxo, que cuida dos robôs no Twitter,  falhou ao subir a hashtag em questão.
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