Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Bolsonaro chora em público, com nervos à flor da pele e cheio de mágoas

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Sábado, 18 de Janeiro de 2020 às 14:59, por: CdB

No evento de mobilização do projeto de partido Aliança pelo Brasil, no Distrito Federal, o presidente se queixou de "decepções" e “ingratidões”, após criticar a imprensa.

 
Por Redação - de Brasília
  O presidente Jair Bolsonaro sancionou integralmente, neste sábado, a Lei Orçamentária Anual de 2020, com um texto que inclui a destinação de R$ 2 bilhões para o financiamento campanhas de candidatos às eleições municipais em outubro, informou o Planalto em nota neste sábado. Foi o último ato formal do dia, antes de comparecer a uma solenidade e chorar, em público. No discurso, o mandatário neofascista desabafa e volta a agredir a imprensa.
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dá demonstrações de que o cargo tem lhe pesado mais do que possa suportar
Bolsonaro havia dito em dezembro que, se houvesse “uma brecha”, vetaria o envio de recursos para o Fundo Eleitoral, mas voltou atrás no mesmo dia, afirmando que parecer preliminar da assessoria jurídica da Presidência seria pela sanção do chamado “Fundão”. O valor de 2 bilhões foi o enviado pelo próprio governo no Orçamento da União.

Ingratidões

Os parlamentares chegaram a tentar elevar o valor ainda mais, para R$ 3,7 bilhões, mas desistiram pela indicação de um veto do presidente. O planalto explicou na nota deste sábado que o montante destinado ao Fundão foi calculado pelo Ministério da Economia, com base em parâmetros legais, e está em conformidade com o mínimo exigido. Com a sanção de um ponto do qual ele discordava, mas foi obrigado a aceitar, por pressão do Parlamento, Bolsonaro encerra uma semana, difícil, em que enfrentou dois escândalos na gestão federal. Em seu desabafo, disse não saber como pessoas de bem ficam felizes com um cargo no Poder Executivo. No evento de mobilização do projeto de partido Aliança pelo Brasil, no Distrito Federal, o presidente se queixou de "decepções" e “ingratidões”, antes de acrescentar que "cascas de banana" têm feito "vítimas fatais" em seu governo. Na quarta-feira, o diário conservador paulistano revelou que o chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Fabio Wajngarten, tem recebido pagamentos por meio de uma empresa da qual é sócio, de emissoras de televisão e de agências de publicidade contratadas pelo governo federal.

Aos prantos

Apenas 48 horas depois, o secretário especial de Cultura, Roberto Alvim, foi demitido após ter parafraseado, em um vídeo institucional, Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Adolph Hitler. Antes de ser exonerado, o então auxiliar presidencial se referiu ao episódio como uma "casca de banana”, com o que o seu chefe concordou. No início do evento, ao qual havia decidido em um primeiro momento não comparecer, Bolsonaro chegou a chorar durante a execução do Hino Nacional. No discurso, disse que sabia que a rotina de presidente "não seria fácil" e que o exercício do mandato é "coisa pesada". — Eu sabia que não seria fácil. Sabia do peso sobre as minhas costas eu vencendo a eleição. A cruz é pesada. Eu não sei como pessoas de bem possam ficar felizes com cargo no Poder Executivo. Não sei. A coisa é pesada. Decepções, ingratidões e gente que se revela depois que assume o poder — concluiu.
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