Segunda, 01 de Novembro de 2021 às 11:11, por: CdB
Perguntado sobre o Auxílio Brasil, programa que substitui o Bolsa Família criado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro desconversou e disse que a prioridade, neste momento, é a disparada do valor dos combustíveis.
Por Redação, com agências internacionais - de Anguillara Veneta, Itália
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta segunda-feira, que a semana será de intensos questionamentos à Petrobras, sem entrar em detalhes quanto à estratégia de enfrentamento à alta dos combustíveis. O mandatário adiantou, em um novo vazamento de informações, que a estatal procederá a um novo reajuste nos preços dos combustíveis dentro de 20 dias.
— Isso não pode acontecer — diz ele.
As declarações aos jornalistas ocorreram na cidade italiana de Anguillara Veneta, onde o mandatário recebeu da prefeita neofascista o título de cidadão honorário. Para comparecer à agenda de caráter pessoal, Bolsonaro deixou de ir à COP-26, que acontece em Glasgow, na Escócia, e reúne os principais líderes globais para discutir temas relacionados ao meio ambiente.
Conselho
Perguntado sobre o Auxílio Brasil, programa que substitui o Bolsa Família criado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro desconversou e disse que a prioridade, neste momento, é a disparada do valor dos combustíveis.
— Essa semana vai ser um jogo pesado com a Petrobras. Porque eu indico o presidente. Quer dizer, tem de passar pelo conselho, não sou eu quem indicou, passa pelo conselho. E tudo de ruim que acontece lá cai no meu colo. O que é de bom, não cai nada em meu colo. Uma notícia que eu dou pra vocês, eu tenho pressa, a Petrobras vai anunciar, eu sei extraoficialmente, novo reajuste daqui a uns 20 dias. Isso não pode acontecer — reclamou Bolsonaro.
Embora o governo seja o principal acionista da Petrobras, o presidente ainda disse que não se importa com o lucro da estatal repassado à União.
— O que eu quero da Petrobras? Não quero no tocante aos rendimentos que a Petrobras dá para o governo federal, não me interessa esse recurso. Tenho conversado com Paulo Guedes, nós queremos que isso seja revertido diretamente em diminuição do preço do diesel na ponta da linha — acrescentou.
ICMS
Na última quinta-feira, a Petrobras informou lucro de R$ 31,14 bilhões no terceiro trimestre deste ano.
— Vi muito rapidamente — desconversou Bolsonaro.
O executivo ainda voltou a dizer que pediu ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para estudar a privatização da Petrobras, e novamente jogou a alta dos combustíveis, que corrói sua popularidade, no colo do ICMS cobrado pelos governadores.
— A minha contribuição eu já dei — acrescentou.
Na sexta-feira, porém, os Estados brasileiros, por unanimidade, aprovaram uma resolução de congelamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado sobre os combustíveis por 90 dias, como forma de mitigar a disparada de preços do produto e provar que este não é o fator decisivo para a alta dos combustíveis.