Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Bolívia negocia gás natural para conseguir saída para o mar

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Terça, 08 de Junho de 2004 às 17:54, por: CdB

A Bolívia está disposta a usar suas reservas de gás natural como "ferramenta de negociação para superar seu enclausuramento e conseguir uma saída útil e soberana ao Oceano Pacífico", se a idéia for aprovada em um referendo em 18 de julho.

Assim manifestou hoje, terça-feira, em Quito, o chanceler boliviano, Ignacio Siles, dirigindo-se aos seus 33 colegas da Organização dos Estados Americanos (OEA) reunidos em Assembléia Geral.

"Sem o desenvolvimento do ocidente boliviano, as regiões do sul do Peru e do norte do Chile também não poderão crescer. Nós estamos dispostos a utilizar nossas reservas de gás natural em benefício de toda a região", afirmou Siles.

O chanceler boliviano lembrou os precedentes históricos da tomada do litoral boliviano pelo Chile na Guerra do Pacífico (1879-1883) e afirmou que "embora o problema possa ser estritamente bilateral, ninguém pode negar que tem profundas conseqüências para toda a região".

Siles disse que "já é hora de haver um encontro entre os presidentes do Chile e da Bolívia para estabelecer uma negociação séria, aberta e sem exclusões, que chegue a soluções satisfatórias às opiniões públicas de ambos os países e que não deixem de lado os nossos irmãos do Peru".

O ministro do Exterior boliviano disse que não está em Quito com espírito de polêmica, mas que "é fato que se não recebermos uma resposta positiva, não será possível que o gás natural seja utilizado para o desenvolvimento de uma zona pela qual passam as mercadorias de Peru e Chile para o Atlântico e as do Brasil para o Pacífico".

Acrescentou que "é hora de conseguir soluções conjuntas para nossos problemas superando desavenças, como fazem Peru e Bolívia ao negociar um tratado de cooperação e integração de mercados".

"Não estamos fechados às soluções parciais que o Chile propõe, como o estabelecimento de uma zona econômica exclusiva. Mas a solução definitiva deverá ser a obtenção de um porto livre e soberano no Oceano Pacífico por parte da Bolívia", concluiu Siles.

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