O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá financiar a fabricação de material para os projetos de trem regional e de veículo leve sobre trilhos (VLT) - espécie de bondes modernos, climatizados e silenciosos - desenvolvidos pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) - empresa vinculada ao Ministério das Cidades - e pela Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer).
O gerente da área de Desenvolvimento Urbano do BNDES, Charles Marot, disse que o banco deve firmar em breve um convênio com os ministérios das Cidades e dos Transportes, com o objetivo de criar condições de tráfego mútuo entre os concessionários de carga e de serviços de passageiros para os trens regionais e de viabilizar a fabricação do material no país. Segundo o executivo, ainda não há perspectiva de convênio para o VLT, mas a disposição é facilitar a adoção do sistema.
Marot revelou que foi formado um grupo para tentar viabilizar os projetos de transporte público, com destaque para os projetos metroferroviários e o desenvolvimento de material rodante para os trens regionais. Segundo ele, o BNDES quer reintroduzir esse tipo de veículo em cidades do país onde há possibilidade de trânsito na área metropolitana, como Maceió (AL), João Pessoa (PB) e Natal (RN).
- Estamos pensando em incentivar a indústria nacional de material metroferroviário a fabricar esse material, com um patamar de nacionalização possível e crescente ao longo do tempo - disse.
Para a implementação dos trens regionais, ele explicou que seriam aproveitados os corredores preferenciais em cima de leitos (trilhos) subutilizados, localizados mais próximos das áreas centrais das cidades, resultantes de concessões ferroviárias para carga. Com base nos corredores que já estão identificados, o gerente estimou que a demanda seria em torno de 300 unidades. O executivo explicou que o trem regional é um sistema mais barato que o VLT porque, além de ser movido a diesel, aproveita uma faixa de domínio existente, exigindo uma demanda menor que os cerca de 20 mil passageiros por hora em apenas um dos sentidos do VLT , ida ou volta. O trem regional ligaria a capital ao interior, em distâncias médias de 100 a 120 quilômetros, enquanto o VLT é um veículo urbano que trafega sempre nos trilhos, seja aproveitando a estrutura ferroviária ou pela implementação de trilhos nas ruas.
Em relação ao VLT, Marot disse que há uma série de corredores em várias cidades brasileiras, o que leva o BNDES, a comunidade de transportes e o estado envolvido no projeto a acreditar que seria interessante partir já para a substituição dos ônibus por esse tipo de transporte.
- Na quase totalidade dos casos, estamos falando de implementar uma linha nova - disse o executivo.
BNDES vai financiar projeto de VLTs no país
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Quarta, 08 de Fevereiro de 2006 às 14:30, por: CdB