O bloco regional da África ocidental (Cedeao) vai impor "sanções totais" ao Togo depois que o país violou sua Constituição e indicou o filho do presidente Gnassingbe Eyadema para sucedê-lo, disse a Nigéria no sábado.
O presidente nigeriano Olusegun Obasanjo afirmou a uma delegação togolesa em visita à Nigéria que não apoiaria a decisão do Togo de manter Faure Gnassingbe na presidência do país até que ocorram eleições dentro de 60 dias, disse a porta-voz de Obasanjo Remi Oyo.
"O presidente Obasanjo deixou bem claro a eles que não poderia apoiar a ilegalidade", disse ela a jornalistas após a reunião na vila presidencial.
"Na atual situação, o bloco Cedeao irá impor sanções totais ao Togo, às quais a Nigéria já começou a adotar, porque não há indícios de que as autoridades togolesas estão prontas para reverter o status quo e permitir que a Constituição do país prevaleça."
Ela disse que sanções de viagens e outras medidas seriam impostas pelo grupo de países da África ocidental, do qual a Nigéria é a nação mais poderosa.
Líderes africanos chamaram de golpe a nomeação feita pelas Forças Armadas, no início deste mês, de Faure para a presidência do Togo.
O líder da Cedeao (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental) também disse que a decisão de sexta-feira de deixar Faure no poder até as eleições não era suficiente para evitar as sanções. "A Constituição em vigor quando o presidente Eyadema morreu não previa a sucessão de Faure, que era ministro na época", disse o secretário-executivo da Cedeao, Mohamed ibn Chambas, à Reuters.
A Constituição togolesa, que foi modificada retroativamente para permitir a sucessão de Faure, previa originalmente que o chefe da Assembléia Nacional assumisse a Presidência de modo interino até que as eleições fossem organizadas.