O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, inicia nesta quinta-feira uma visita aos Estados Unidos para se encontrar com o presidente americano, George W. Bush.
A situação no Iraque e o plano de paz para o Oriente Médio devem estar no topo da lista de assuntos discutidos pelos dois líderes.
A visita de Blair ocorre em meio a grandes polêmicas sobre os motivos apontados pelos dois países para justificar a guerra no Iraque.
Além de disputas entre os serviços de inteligência britânico e americano, Blair está sofrendo pressão em casa para pedir aos Estados Unidos que liberem dois prisioneiros britânicos da base naval de Guantánamo.
Diferenças
O pai de Moazzam Begg, um dos detentos, disse à BBC nesta quinta-feira que Blair precisa utilizar este encontro para convencer Bush que os dois receberão julgamento adequado na Grã-Bretanha.
O pedido de Begg é apoiado também pela família do outro dentento, Feroz Abassi, e ainda por mais de 200 parlamentares britânicos.
Grã-Bretanha e Estados Unidos, que lideraram a guerra no Iraque, começaram a mostrar diferenças após o governo britânico ter alegado que Saddam Hussein havia tentado comprar urânio do Níger.
A informação, utilizada pela agência de inteligência americana, a CIA, foi parar no discurso do Estado da União, realizado por Bush em janeiro.
A Casa Branca disse que Bush não deveria ter mencionado a afirmação, mas Blair continua defendendo as alegações e dizendo que confia no serviço de inteligência britânico. Inspetores de armas da ONU dizem que as alegações baseiam-se em documentos falsos.
União
Nesta quinta-feira, Blair se tornará o quarto líder britânico a discursar nas duas câmaras do Congresso americano, repetindo o que já havia ocorrido com Margaret Thatcher, Winston Churchil e Clement Atlee.
Blair vai utilizar o discurso histórico no Congresso americano para pedir que Estados Unidos e Europa façam tudo o que for possível para se unir.
Segundo o premiê, quando as duas potências trabalham juntas, o mundo se torna um lugar mais próspero e seguro.
Blair e Bush devem ainda manter uma conversa em particular sobre os recentes ataques a tropas americanas e britânicas no Iraque.
No fim do ano, o primeiro-ministro britânico também receberá a medalha de ouro do Congresso dos Estados Unidos.
No entanto, de acordo com o ex-ministro britânico das Relações Exteriores Malcom Rifkind, Blair deve ficar atento para não superestimar sua simpatia pelos Estados Unidos.
- O ex-premiê Harold Wilson discordou dos americanos sobre a guerra no Vietnã, Thatcher disse a Reagan que não apoiava a invasão a Grenada, mas o problema de Blair é que até o momento ele tem passado a impressão de que não existe nada que possa provocar uma distância entre ele e a opinião pública americana - afirmou Rifkind.