A comunidade internacional teme possíveis efeitos catastróficos de uma eventual incursão em larga escala em Rafah, cidade que abriga mais de 1 milhão de pessoas e se tornou destino de refugiados de outras regiões de Gaza.
Por Redação, com ANSA - de Jerusalém
O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta terça-feira que o exército vai invadir Rafah, no sul da Faixa de Gaza, independentemente de um eventual acordo com o grupo fundamentalista Hamas para uma trégua provisória.
– A ideia de colocar fim à guerra antes de alcançar todos os nossos objetivos é inaceitável. Nós entraremos em Rafah e aniquilaremos todos os batalhões do Hamas, com ou sem acordo, para obter uma vitória total – afirmou o primeiro-ministro em encontro com familiares de reféns do grupo palestino.
A comunidade internacional teme possíveis efeitos catastróficos de uma eventual incursão em larga escala em Rafah, cidade que abriga mais de 1 milhão de pessoas e se tornou destino de refugiados de outras regiões de Gaza.
Até mesmo aliados tradicionais de Israel, como Estados Unidos, Reino Unido e Itália, já manifestaram oposição a uma ofensiva contra Rafah.
Proposta de trégua temporária
Enquanto isso, o Hamas estuda uma proposta de trégua temporária em troca da libertação de todos os reféns ainda mantidos em cativeiro. Segundo a imprensa israelense, o governo Netanyahu espera uma resposta do grupo islâmico até a noite desta quarta-feira.
Tanques já estão posicionados na fronteira sul de Gaza, a menos de 10 quilômetros de Rafah, e aguardam apenas autorização para iniciar a incursão.
Na segunda-feira, o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, disse que a proposta de acordo prevê "40 dias de cessar-fogo" e a possível libertação de "milhares de prisioneiros palestinos", em troca da devolução de "todos os reféns" mantidos pelo Hamas.
Já o diário norte-americano The Wall Street Journal fala em um pacto de duas fases: a primeira implicaria a soltura de pelo menos 20 reféns ao longo de três semanas, em troca de um número impreciso de prisioneiros palestinos; a segunda incluiria um cessar-fogo de 10 semanas, durante o qual as duas partes negociaram a soltura de mais reféns e uma pausa ainda mais prolongada nos combates.
A guerra foi deflagrada em 7 de outubro, após atentados do Hamas que deixaram 1,2 mil mortos em Israel. Desde então, os ataques israelenses na Faixa de Gaza já mataram 34,5 mil palestinos, segundo as autoridades locais.