Rio de Janeiro, 15 de Novembro de 2024

BC aponta ‘alguma aceleração’ da economia nos próximos trimestres

Arquivado em:
Terça, 17 de Dezembro de 2019 às 11:17, por: CdB

“Os trimestres seguintes devem apresentar alguma aceleração (do crescimento econômico), que deve ser reforçada pelos estímulos decorrentes da liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS-Pasep) – com impacto mais concentrado no último trimestre de 2019”, acrescenta o Copom.

 
Por Redação, com ABr - de Brasília
  A diretoria do Banco Central concluiu, na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que a economia brasileira ganhou "tração" (impulso). O documento foi divulgado nesta terça-feira, pela instituição e faz referência à decisão da última quarta-feira, quando o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual para 4,5% ao ano.
notas-real.jpg
O Copom antevê melhora nos indicadores econômicos, com base no aumento do consumo, para os próximos trimestres do ano que vem
“Os trimestres seguintes devem apresentar alguma aceleração (do crescimento econômico), que deve ser reforçada pelos estímulos decorrentes da liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS-Pasep) – com impacto mais concentrado no último trimestre de 2019”, acrescenta a ata do Copom. Desconsiderando esses estímulos temporários (FGTS e PIS/Pasep), a expectativa é por um ritmo gradual de crescimento da economia.

Setor privado

O Copom também discutiu a menor participação do estado na economia e as possíveis implicações para a atuação do BC na política monetária (basicamente sobre a definição da taxa Selic). Segundo o BC, há maior participação do crédito livre (em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros) no mercado. Já o crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) tem diminuído, com menor particpação dos empréstimos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e maior acesso de empresas ao mercado de capitais. “Os membros do Copom julgam que as transformações do mercado de crédito e capitais tendem a aumentar a potência da política monetária”, diz o BC.

Inflação

Na ata, o comitê acrescentou que os últimos dados da atividade econômica e a maior eficiência do mercado de crédito e capitais podem resultar em uma redução da ociosidade do setor produtivo “mais rápida do que antevisto e, com isso, produzir pressão altista na inflação”. Destacou, contudo, que a ociosidade da atividade produtiva ainda é elevada. Segundo o Copom, as projeções de curto prazo para a inflação feitas pelo mercado financeiro foram particularmente afetadas pelos efeitos do “choque de preço” da carne que, segundo a instituição, ocorreu de forma mais intensa e prematura do que esperada. “As projeções consideram um efeito direto mais concentrado no último bimestre deste ano, constituindo-se o principal fator de elevação das projeções para 2019”, destacou no texto.

Riscos

Em relação aos preços administrados (como energia elétrica, gasolina, gás, transporte público e alimentos), o Copom considerou “a presença de condições benignas para a ocorrência de reajustes menores nas tarifas de energia elétrica, que já vêm se materializando nos últimos meses e devem prosseguir nos trimestres seguintes”. Para o comitê monetário, é preciso cautela na condução da política monetária dentro do atual ciclo econômico. “O Comitê enfatiza que seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”, concluiu.
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo