O Banco Central já vê sinais de que o aperto monetário iniciado em setembro começa a surtir efeito na inflação e na atividade econômica, mas elevou os juros na última reunião por considerar que ainda há riscos da inflação de curto prazo se propagar por períodos mais longos.
"Cabe a política monetária, portanto, manter-se especialmente vigilante para evitar que pressões detectadas em horizontes mais curtos se propaguem para horizontes mais longos", disse o Comitê de Política Monetária (Copom) na ata da reunião de maio divulgada nesta sexta-feira.
O BC repetiu que acompanhará atentamente o cenário até a próxima reunião para então definir o juro, deixando em aberto os próximos passos da política monetária.
Na reunião de maio, o Copom elevou o juro de 19,5% para 19,75% por considerar que a "manutenção do juro básico por um período suficientemente longo" não asseguraria a convergência da inflação para a trajetória das metas. No cenário de manutenção do juro em 19,5% e taxa de câmbio a R$ 2,5, houve aumento da projeção da inflação para 2005 e manutenção para 2006. Para o BC, essa deterioração se deve "à surpresa da inflação de abril", que mais do que compensou o efeito positivo da valorização do câmbio.
O BC também verificou aumento da perspectiva de inflação para o período de 12 meses encerrado em março de 2006.
Leve alta
O BC aumentou levemente a estimativa de reajuste dos preços administrados neste ano de 7,2% para 7,3%, por conta da previsão de aumento maior da telefonia fixa. A estimativa de reajuste passou de 7,9% para 8,6%, enquanto foi mantida a previsão de reajuste zero para gás e gasolina e de 10,8% para energia elétrica.