A decisão da Bolívia de aumentar as taxas sobre a produção de gás natural deve ser vista como uma oportunidade para o Brasil. Esta é a opinião do secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Rio de Janeiro, Wagner Victer. De acordo com ele, o Brasil importa 24 milhões de metros cúbicos de gás por dia da Bolívia, metade do que consome. Boa parte do produto é destinado à produção industrial.
Para Victer, isso pode favorecer o aumento da produção de gás no país, que têm suas maiores reservas concentradas no estado do Rio. Uma delas está localizada no Campo de Mexilhão, próximo à Angra dos Reis, no sul fluminense, e a outra é o Bloco BS500, recentemente descoberto pela Petrobras, localizado em Maricá.
- A crise na Bolívia vai fazer com que esses projetos sejam acelerados e nós tenhamos uma maior produção de gás no Brasil, e conseqüentemente no Rio de Janeiro, tornando o país mais independente da Bolívia - disse.
Victer disse ainda que, do total de gás natural destinado às regiões Sudeste e Centro-Oeste, 24 milhões de metros cúbicos por dia são trazidos da Bolívia e 10 milhões de metros cúbicos são produzidos pela Bacia de Campos, que deverá elevar 60% de sua produção, com a operação de novos campos nos próximos meses.
- Com os novos campos gigantes, o Brasil terá uma produção de gás em três anos totalmente independente da Bolívia. O secretário participa do 4º Seminário Internacional Britcham de Petróleo e Gás, promovido nesta sexta-feira pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria.