Ao longo deste ano que termina, Lula avaliou o desempenho de cada ministro tem deixado claro que pretende substituir aqueles que não atenderam às suas expectativas. Em uma reunião recente, realizada no último dia 20, todos os 38 ministros apresentaram um balanço de 2023 e delinearam suas metas para 2024.
Por Redação - de Brasília
Ao longo do primeiro ano de mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma série de ajustes na equipe, por questões pontuais. Mas, no início do próximo ano, fontes do Palácio do Planalto confirmaram à reportagem do Correio do Brasil que haverá uma reforma ministerial mais completa. A chegada das eleições municipais, momento em que Lula espera um crescimento significativo no número de dirigentes petistas no comando de cidades estratégicas, em todo o país, amplia o arco político na sede do governo federal.
Ao longo deste ano que termina, Lula avaliou o desempenho de cada ministro tem deixado claro que pretende substituir aqueles que não atenderam às suas expectativas. Em uma reunião recente, realizada no último dia 20, todos os 38 ministros apresentaram um balanço de 2023 e delinearam suas metas para 2024.
Para o ano que vem, uma das alterações já confirmadas será a do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, no dia 8 de Janeiro, uma data histórica para homenagear o próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro da Defesa, José Múcio, é outra possível baixa, tendo já sinalizado sua intenção de deixar o cargo.
Na berlinda
O nome do ministro da Defesa tem sido citado como um dos que podem deixar o governo na reforma ministerial, embora não haja, da sua parte, decisão tomada. Múcio tornou-se ministro a convite de Lula, que via nele a capacidade de fazer o que, de certa maneira, deveria ser executado ao longo de 2023: pacificar a caserna e criar um ambiente de respeito ao governo Lula, sem golpismos ou insubordinações.
Aparentemente, a missão do ministro foi conquistada, com a volta das Forças Armadas às casernas. Múcio, no entanto, tem reclamado que se sente sozinho no governo. Nos bastidores, não faltam comentários sobre a falta de cooperação entre os ministros e das críticas permanentes do PT. A saída de Flávio Dino, que ele tinha como seu grande aliado, foi outro fato que o fez ponderar sobre a permanência no governo, para o próximo ano.
Lula está satisfeito com Múcio e não gostaria de sua saída, mas tampouco age para cessar as críticas ou para pedir que haja uma mudança de postura de alguns ministérios na relação com os militares. Na Defesa, a reclamação é que há uma relação difícil de algumas pastas com os fardados.
Reserva
Múcio tem dito, a interlocutores, que gostou do ministério e de seus temas, e que valeria ficar para trabalhar pela aprovação de duas Propostas de Emenda à Constituição (PEC) que seriam um marco de sua gestão. A primeira é a que vetaria militares na política. Quem decidisse se candidatar seria automaticamente transferido para a reserva.
A outra a proposta, apresentada pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ) e que deve ser abraçada pelo governo, estabelece que pelo menos 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior sejam destinados para o orçamento da Defesa nacional. Haveria um aumento gradual, ano a ano, até se chegar a esse patamar.
Outros ministros, no entanto, constam na lista de possíveis substituições, entre elas a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos. A presença de ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Nísia Trindade (Saúde) e Camilo Santana (Educação), no entanto, está aparentemente assegurada, em face da desenvoltura que assumiram diante de pastas estratégicas para o presidente.