A decisão de Bernardo Fenelon de se deixar o caso teria ocorrido horas antes da operação realizada pela Polícia Federal (PF), na última sexta-feira, na qual foram cumpridos quatro mandados de busca. Nessa operação, foram alvos tanto o tenente-coronel Cid quanto seu pai, o general Lourena Cid.
Por Redação - de Brasília
O escândalo que revelou um esquema de furto e venda de joias do Estado brasileiro, avaliado em milhões de reais, expôs nos últimos dias o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus colaboradores mais próximos, entre eles militares de alta patente do Exército Brasileiro. Diante dos fatos, o advogado Bernardo Fenelon pediu exoneração da defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que está preso sob suspeita de participar do esquema criminoso.
A decisão de Bernardo Fenelon de se deixar o caso teria ocorrido horas antes da operação realizada pela Polícia Federal (PF), na última sexta-feira, na qual foram cumpridos quatro mandados de busca. Nessa operação, foram alvos tanto o tenente-coronel Cid quanto seu pai, o general Lourena Cid.
Esta é a segunda vez que Cid perde um defensor, no curso do processo. Antes de Bernardo Fenelon, o advogado Rodrigo Roca também havia deixado o caso logo após a prisão de Mauro Cid, ocorrida em maio deste ano. Além dos mencionados, a operação de sexta-feira também teve como alvos o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente Osmar Crivelatti, e o advogado Frederick Wassef.
Silêncio
Enquanto se multiplicavam os detalhes sobre a quadrilha instalada no cerne do governo para levar as joias doadas ao Estado brasileiro, uma ordem para que aliados se mantivessem silêncio veio diretamente do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Dessa vez, o silêncio substituiu a defesa do principal integrante do partido e não houve manifestações de apoio, ou de crítica, nas redes sociais da legenda.
Até mesmo os filhos de Bolsonaro somente se pronunciaram à noite, depois que os advogados emitiram uma nota. No entanto, a análise considerou apenas postagens feitas nas primeiras 12 horas após o início da operação. O senador Flávio (PL-RJ) escreveu no Twitter, mais de 14 horas após o início das ações da PF, que "mais uma vez a tentativa de assassinar a reputação de Bolsonaro salta aos olhos”.
Até aquele momento, Bia Kicis era a única a se manifestar, embora não tenha citado diretamente a questão mais recente que envolve Bolsonaro. Ela compartilhou uma queixa sobre alegada perseguição a políticos de direita no continente americano.