Completada a jornada de número 41 no Campeonato Brasileiro de 2004, o Atlético Paranaense e o Santos permanecem os dois clubes com mais chances na briga seguramente efervescente pelo título da temporada. Ambos venceram os seus prélios de domingo -- embora em circunstâncias bem diversas.
De volta à sua Arena da Baixada, em Curitiba, depois de 28 dias em viagens e em mandos perdidos por causa do comportamento da sua torcida, o Atlético-PR, que tinha 75 pontos, devastou o Criciúma, 6 (Fernandinho, Alan Bahia, dois de Washington, Moraes e Dênis Marques) X 1 (Cléber Gaúcho).
Com os seus tentos, Washington subiu ao patamar dos trinta na relação dos artilheiros -- apenas um abaixo do recorde estabelecido por Dimba, no Goiás, em 2003.
Ainda restam cinco jornadas para o certame se encerrar. Mas, parece lógico supor que Washington, recém-restabelecido de graves problemas cardíacos, todo o seu tratamento bancado pelo Atlético, consiga suplantar esse primado.
No gramado neutro de Presidente Prudente, interior remoto do Estado de São Paulo, o Santos, 73 pontos, interditada a sua Vila Belmiro, não dispôs de uma tranquilidade equivalente.
Desfalcadíssimo, ainda sem Robinho, traumatizado pelo sequestro da mãe, necessitou superar, inclusive, a arbitragem equivocada do carioca Luís Antônio Silva Santos -- para derrotar o aguerrido Goiás, 2 X 1.
O visitante abriu o marcador aos 7' da etapa inaugural graças a um pênalti, duvidosíssimo, de André Luís em Josué, que Paulo Baier converteu. Só aos 84' o Santos igualou, Basílio. De todo modo, em mais 120 segundos William registraria o gol da salvação. Alívio à parte, o Santos celebrou o seu primeiro sucesso, sobre o Goiás, desde o ano já longínquo de 1998.
No sábado, o São Caetano havia alcançado os 74 pontos ao arrasar, no seu Anacleto Campanella, o Cruzeiro de Belo Horizonte, 4 X 1. A fim de melhor se definirem as outras agremiações ainda com possibilidades de se aproximarem do topo da tabela, restava, no domingo, conferir as performances do São Paulo e do Palmeiras -- ambos na sua perseguição, 71 pontos.
Incapaz de obter, neste Brasileiro, um único empate, como visitante, frente os times do Rio, o São Paulo quebrou o tabu. Torpe consolo, pois estacionou no placar original, 0 X 0, em São Januário, diante do Vasco da Gama, e mais se afastou, angustiantemente, da batalha pela liderança do campeonato.
Protagonista de uma semana turbulenta, por causa das ameaças de Mustafá Contursi, o seu presidente, a onze atletas que compareceram a uma assembléia sindical destinada a debater a questão das suas férias, o elenco do Palmeiras visitou o Juventude de Caxias. Encontrou as forças indispensáveis para reagir. Apesar da expulsão do seu volante Marcinho, aos 69', resistiu à pressão do rival. E, aos 78, melhor ainda, anotou 1 X 0, graças a Thiago Gentil, e subiu aos 74 pontos.
Na luta inglória pela sobrevivência na Série A, praticamente condenados o Grêmio de Porto Alegre (38 pontos) e o Guarani de Campinas (40, depois de empacar, em casa, 0 X 0, contra o Vitória da Bahia, agora nos 45), sete clubes se acotovelam, dramaticamente, entre os degraus dos 48 e dos 45.
O Vitória à parte, também amargam a pobreza dos 45 o Paraná e o Flamengo. O Paraná, ao menos, cometeu a proeza de arrancar uma igualdade, 1 (Galvão) X 1 (Alex Pinho), ao Paysandu, em plena Belém do Pará. Periclita o Paysandu. 48. Quanto ao Flamengo, apenas 24 horas antes de comemorar o seu centenário, foi humilhado pelo Atlético MG, 1 (Jean) X 6 (Zé Antônio, Márcio, Renato, Wagner, dois de Alex Mineiro), agora 46.
Também têm 46 pontos e correm os perigos do desabamento à segunda divisão o Criciúma e o Botafogo -- que, no sábado, havia ultrapassado o Coritiba, com rara folga, 4 X 1.
Todos os cotejos da rodada:
São Caetano, 74 pontos X Cruzeiro, 53: 4 X 1
Corinthians, 62 X Fluminense, 57: 1 X 1
Grêmio, 38 X Ponte Preta, 58: 6 X 1
Botafogo, 46 X Coritiba, 54: 4 X 1
Atlético PR, 78 X Criciúma, 46: 6 X 1