A Argentina se prepara para impor uma nova barreira ao comércio com o Brasil. O alvo da vez seriam os automóveis brasileiros. O país vizinho já criou restrições à entrada de geladeiras, lavadoras e televisores brasileiros.
Integrantes do Ministério da Economia da Argentina informaram ao jornal <i>Clarín</i> que o país pretende rever o atual acordo automotivo com o Brasil, que prevê livre comércio entre os dois países a partir de 2006.
Com isso, a implantação do livre comércio seria adiadas mais uma vez. O plano da Argentina é criar condições para a importação de veículos brasileiros.
Entre as condições em estudo estaria privilegiar a importação de veículos das marcas que mais produzem na Argentina.
O argumento da Argentina é que as diferenças de mercado e de parque industrial entre os dois países impede o livre comércio.
É que produção de veículos na Argentina teria sofrido uma redução drástica na última década.
Enquanto isso, as montadoras preferiram se instalar e produzir automóveis no Brasil, principalmente de modelos populares, que têm alta demanda nos dois países. Por conta disso, as montadoras concentraram na Argentina a produção de carros médios, que são mais caros e menor participação de mercado.
Números do Ministério da Economia da Argentina informam que as exportações de veículos argentinos representam 2,4% do mercado brasileiro. Por outro lado, os carros brasileiros respondem por 60% de todos os veículos vendidos na Argentina. Esse percentual seria ainda maior para os veículos populares.
Hoje, o sistema comercial em vigor é o chamado "flex": para cada dólar que Argentina exporta é possível importar US$ 2,40 dólares em automóveis do Brasil.
Pela proposta argentina, as fábricas que produzem na Argentina estariam autorizadas a importar mais. Os cálculos passariam a ser feitos com base no desempenho individual das montadoras e não no conjunto de mercado. Dessa forma, espera-se privilegiar as montadoras que produzem mais na Argentina.
Argentina prepara nova barreira ao comércio com o Brasil
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Sábado, 25 de Dezembro de 2004 às 09:17, por: CdB