Operação no DF apura esquema de fraudes na saúde de R$ 123 milhões
Uma megaoperação, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) com a Polícia Civil do DF (PCDF), desarticula fraudes na Secretaria de Saúde do DF.
Uma megaoperação, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) com a Polícia Civil do DF (PCDF), desarticula fraudes na Secretaria de Saúde do DF.
Por Redação, com ABr - de Brasília
Nesta quinta-feira, uma megaoperação, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) com a Polícia Civil do DF (PCDF), desarticula fraudes na Secretaria de Saúde do DF. Batizada de Gotemburgo a ação investiga irregularidades na compra de equipamentos hospitalares feitas na gestão do médico Rafael Barbosa, que integrava a equipe do ex-governador Agnelo Queiroz. As fraudes chegam a R$ 123 milhões.
Fraudes
Ao todo 46 mandados de busca e apreensão, expedidas pela 1ª Vara Criminal de Brasília, estão sendo cumpridos no Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás. Segundo as investigações, as supostas fraudes envolvem adesões a atas de registros de preços na gestão do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, direcionadas para atender interesses particulares nos processos de contratação das empresas Maquet e Med Lopes Comércio de Material Médico Hospitalar Ltda, conduzidos pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
O dinheiro desviado foi transferido para o exterior, via carta de crédito pela Secretaria de Saúde para contas bancárias, na Suécia, China, Estados Unidos, França e Polônia, com pagamentos em euro e dólar para empresas pertencentes ao Grupo Getinge (unidades da Maquet pelo mundo) ou para a Moses Trading , dos EUA.
O esquema criminoso se estendeu até o Distrito Federal, por meio da venda de atas de registro de preço cadastradas pelo INTO (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia). O grupo, liderado pelos empresários Miguel Iskin, Gustavo Estellita e Claudio Haidamus, está entre os alvos da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro. Além de fraude em licitação, eles são investigados pelos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Gotemburgo
O nome da operação faz alusão a cidade de mesmo nome, segunda maior da Suécia, onde fica localizada a sede do Grupo Getinge, do qual faz parte a Maquet, a empresa responsável pela maioria dos contratos formalizados com a Saúde lidera a fabricação de camas cirúrgicas no mundo.
À Agência Brasil busca contato com o ex-governador do Distrito Federal e o ex-secretário de Saúde.
Fraudes em aposentadoria rural
Cerca 25 policiais federais e servidores do INSS cumpriram nesta quinta-feira sete mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal de Jataí/GO, nos municípios goianos de Quirinópolis, Cachoeira Alta e Paranaiguara. A ação, que tem o objetivo de combater esquema fraudulento de obtenção de aposentadoria por idade rural na Agência da Previdência Social de São Simão/GO, faz parte da Operação Pravum e tem o apoio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A estimativa é de que o prejuízo causado ao INSS seja de aproximadamente R$ 385 mil.
Investigação
A investigação teve início em 2019 quando o INSS verificou que requerimentos dos benefícios levantaram suspeitas por conter diversos documentos semelhantes, repetição de testemunhas em contratos, coincidências de números de telefone, repetições dos IPs das máquinas utilizadas para a realização dos agendamentos, notas e recibos sem a conhecimento dos emitentes, além de outros indícios de falsidade.
Penas
Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa e estelionato previdenciário. Somadas as penas previstas chegam a mais de 10 anos de prisão.