Uma vez liberado, Angra 3 é o maior empreendimento previsto para o Brasil ainda este ano. Desde sua primeira tentativa de retomada, em 2010 – suspensa em 2015 pelos desdobramentos da Operação Lava Jato –, foi reaberta a discussão sobre a necessidade de se expandir a geração nuclear no país.
Por Redação - do Rio de Janeiro
As obras da usina nuclear de Angra 3 serão retomadas, na semana que vem. A abertura das propostas das empresas interessadas em participar da obra revelará qual dos 18 grupos interessados na construção das duas unidade – um para abrigar o reator (cúpula) e um segundo de uso auxiliar — assumirá o empreendimento de R$ 15 bilhões.
Diretores da Eletronuclear disseram à jornalista Denise Luna, do diário conservador paulistano O Estado de São Paulo (OESP), em reportagem publicada nesta sexta-feira, que a previsão do início das obras ainda no mês que vem, divididas em duas fases.
Simulador
“A primeira deve ir até 2023 e a segunda fase, com a instalação do reator, até 2026. O governo decidiu antecipar a compra de alguns componentes que têm longo prazo de fornecimento, como um simulador que vai possibilitar o licenciamento dos operadores da usina”, afirma Luna.
— Angra 3 vai ter uma instrumentação e um controle digital, diferente do de Angra 2. Você precisa ter um simulador para formar os operadores, qualificar e licenciar. Isso tem de ser feito bem antes de 2026, deve ocorrer em 2024 — disse-lhe o presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães.
Energia limpa
Uma vez liberado, Angra 3 é o maior empreendimento previsto para o Brasil ainda este ano. Desde sua primeira tentativa de retomada, em 2010 – suspensa em 2015 pelos desdobramentos da Operação Lava Jato –, foi reaberta a discussão sobre a necessidade de se expandir a geração nuclear no país, tema que tem argumentos sólidos tanto contra como a favor. Para os defensores da tecnologia, a energia nuclear é uma fonte de energia limpa, com grande fator de capacidade (geração de energia), e pode ser implantada próxima aos centros de consumo.
“Outro ponto positivo que geralmente é destacado é o fato de o Brasil estar entre os nove países com as maiores reservas conhecidas de urânio no mundo – com potencial de crescimento, já que apenas 30% do território brasileiro foi mapeado”, resume.