A Rússia enterrou nesta quarta-feira as primeiras vítimas da tomada de reféns do teatro de Moscou. Três dias após o assalto, mais de 300 reféns intoxicados pelo gás utilizado pelas forças especiais continuam hospitalizados, 16 das quais em estado grave. Enquanto que a imprensa e a classe política moscovita mostravam-se bastante reservadas sobre as condições nas quais a tomada do teatro, o apoio a Vladimir Putin começa a se esvair. Na esteira dos comunistas, até então a única formação política considerar que as perdas registadas - 115 vítimas do gás entre os reféns - eram "impossíveis justificar", a União das Forças de direita (SPS) reclamou um inquérito. Esta formação liberal explica ter "perguntas às pessoas que tomaram a decisão de iniciar o assalto à construção e perguntas sobre o que se passou após a intervenção, nomeadamente nos hospitais. Queremos também saber como tanto pessoas fortemente armadas puderam penetrar no centro de Moscou. Não é como se eram apenas portadores de uma arma de punho." No que respeita ao gás utilizado pelas forças especiais, as interrogações residem. Um porta-voz da embaixada dos Estados Unidos declarou que não se trataria de um agente neurotóxico mas que este poderia recorrer a um princípio activo próximo do ópio. "Uma embaixada ocidental em Moscou confiou aos seus médicos o exame de sobreviventes e concluíram que o agente que foram expostos parece mais próximo de um opiato do que de um nervoso", explicou. As autoridades americanas, aprovando ao mesmo tempo a decisão do presidente Vladimir Putin de autorizar a retomada, de acordo com este porta-voz, teriam reclamado precisões sobre o gás utilizado cujo nome não consta do agente ativo.
Apoio a Putin se desvanece e questões se multiplicam sobre morte de reféns
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Terça, 29 de Outubro de 2002 às 18:25, por: CdB