Apesar dos riscos pessoais corridos pelo presidente, esta é a segunda vez que Lula vai ao Estado desde que tomou posse. Em 21 de janeiro, Lula foi a Roraima verificar a situação humanitária do povo Yanomami, o que gerou mais um escândalo protagonizado por seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), por genocídio.
Por Redação - de Brasília
Presidente da República, o líder popular Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta segunda-feira, da 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas de Roraima. Lula se reuniu com líderes indígenas no Lago Caracaranã, região da Raposa Serra do Sol, em Normandia, às 11h (horário local de Boa Vista, 12h em Brasília).
Apesar dos riscos pessoais corridos pelo presidente, esta é a segunda vez que Lula vai ao Estado desde que tomou posse. Em 21 de janeiro, Lula foi a Roraima verificar a situação humanitária do povo Yanomami, o que gerou mais um escândalo protagonizado por seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), por genocídio.
Organizado pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR), o evento tem o tema ‘Proteção Territorial, Meio Ambiente e Sustentabilidade’. Está em discussão a proteção de terras, a gestão de recursos naturais e a agenda do movimento indígena para 2023. Foram convocadas organizações sociais das mais de 32 terras indígenas de Roraima.
Além de Lula, o encontro, que é realizado no Centro Regional Lago Caracaranã, terá a presença da presidente da Fundação Nacional do Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, e de representantes de órgãos federais, como o Ministério dos Povos Indígenas, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Polícia Federal, além do Ministério Público.
Alto risco
Desde sábado, a assembleia reúne cerca de 2 mil líderes indígenas para discutir temas como a proteção territorial, o meio ambiente e a sustentabilidade. Entre os líderes presentes estão representantes dos povos Yanomami, Wai Wai, Yekuana, Wapichana, Macuxi, Sapará, Ingaricó, Taurepang e Patamona.
Ainda na véspera, a equipe de segurança do presidente Lula foi alertada sobre a presença de garimpeiros na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, na região de fronteira com a Guiana, e sobre o fluxo de ex-invasores da Terra Indígena Yanomami em direção a garimpos do país vizinho, por meio de rios da região. O grupo é formado por 24 indígenas. Eles atuam com vigilância e monitoramento do território e são os responsáveis pela segurança da assembleia dos povos indígenas.
Neste território, uma crise humanitária, sanitária e de saúde ganhou corpo em razão da invasão de mais de 20 mil garimpeiros na parte demarcada em Roraima, aceita e estimulada pelo governo Jair Bolsonaro (PL). A terra yanomami se estende pelo Amazonas.
Difícil acesso
A terra Yanomami é de difícil acesso e só é alcançada por ar ou por água e o território avança pela Venezuela.
Já a Raposa Serra do Sol tem fácil acesso, por rodovia. A distância entre Boa Vista e Normandia (RR), cidade próxima da Guiana e do espaço utilizado no território para a assembleia dos povos indígenas, é de 185 km, dos quais 60 km são por estrada de chão em bom estado de conservação.
Segundo relata o grupo de segurança, um garimpo funciona dentro do território e envolve cerca de 450 pessoas, entre indígenas e não indígenas. Garimpeiros participam da assembleia no espaço do Lago Caracaranã —um ponto central da Raposa Serra do Sol, a 20 km de Normandia.
A preocupação dos indígenas do grupo é que a presença de garimpeiros possa representar algum risco à segurança do presidente, em razão da decisão do governo de adotar políticas contra o garimpo ilegal, sendo a mais recente a operação para retirada de invasores da terra Yanomami.
Durante o evento, os visitantes também poderão visitar uma feira de produtos orgânicos, de artesanato e a exposição de animais criados em terras indígenas. Os debates prosseguem até terça-feira.