Enquanto o saldo do crédito livre (total de recursos emprestados) atingiu 18% do PIB pela primeira vez na série iniciada em 2007, as concessões (novos empréstimos) dispararam 11,2% nos 12 meses encerrados em junho, segundo dados do BC.
Por Redação – de Brasília
Dois anos depois da forte deterioração provocada pela pandemia de covid-19, que aumentou o endividamento e a cautela dos bancos, os números mostram que houve uma forte melhora nas condições financeiras para os consumidores nos últimos meses, segundo relatório do Banco Central (BC) divulgado nesta quinta-feira.
Enquanto o saldo do crédito livre (total de recursos emprestados) atingiu 18% do PIB pela primeira vez na série iniciada em 2007, as concessões (novos empréstimos) dispararam 11,2% nos 12 meses encerrados em junho, segundo dados do BC.
A taxa média de juros cobrada das famílias caiu 7,4 pontos percentuais no período de um ano (de 59,1% para 51,7%), com redução de 7,2 pontos do spread (de 47,4% para 40,2%) – que mede a diferença entre a taxa que os bancos pagam para captar recursos e a taxa cobrada para emprestar aos clientes. A inadimplência também diminuiu, voltando a níveis de 2021, e o comprometimento da renda das famílias com o pagamento de dívidas – e com os juros – é o menor desde 2022.
Expansão
Segundo o economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicolas Tingas, pelo menos três fatores explicam o bom momento do crédito às famílias. Houve recuperação de empréstimos dados como perdidos pelos bancos, criação de novos produtos financeiros, com menor risco, e uma mudança no perfil do tomador.
— A condição do crédito este ano é muito melhor do que no ano passado. Será um dos grandes motores do PIB deste ano. A base de tomadores também aumentou, o que permitiu a expansão do crédito — concluiu.