Anvisa restringe venda de medicamentos

Brasília - Quem recorre com freqüência, durante o carnaval, a medicamentos que protegem o fígado dos exageros da bebida e da comida encontrará dificuldade a partir de agora. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que os remédios, cerca de 110 em circulação, passem a ser vendidos exclusivamente com prescrição médica. Ou seja, as farmácias estão proibidas de vendê-los livremente como estavam habituadas. De acordo com estudos, muitos desses produtos contêm substâncias inócuas e, por vezes, nocivas à saúde. "As pessoas são induzidas a comprar o medicamento, pois acreditam que podem exagerar no consumo de álcool e de comida que o produto garante o bem-estar. É um equívoco. Em alguns casos, provoca efeitos colaterais, como a gastrite relacionada à ingestão de remédios", disse Cláudio Maierovitch, diretor da Anvisa. Esses medicamentos associados a antigripais, de acordo com o órgão governamental, movimentaram aproximadamente US$ 1 bilhão no Brasil, em 2002, representando 19% de todos os produtos de venda livre. As empresas não estimam de quanto será a perda com a nova medida, mas experiências similares já provocaram quedas nas vendas superiores a 10%.