Quando questionado sobre o planejamento da morte de Marielle, Lessa disse que a estratégia foi elaborada em partes com seu amigo, o advogado André Luiz Fernandes Maia, também conhecido como “Doutor Piroca”. Ele foi morto pouco menos de um mês depois do assassinato da vereadora.
Por Redação, com Poder360 - do Rio de Janeiro
Com a divulgação do relatório da PF (Polícia Federal) sobre o caso Marielle no domingo, vieram a público trechos do depoimento de Ronnie Lessa, executor do assassinato da vereadora.
Quando questionado sobre o planejamento da morte de Marielle, Lessa disse que a estratégia foi elaborada em partes com seu amigo, o advogado André Luiz Fernandes Maia, também conhecido como “Doutor Piroca”. Ele foi morto pouco menos de um mês depois do assassinato da vereadora.
Segundo o depoimento, ambos estavam juntos “tomando uísque” em 12 de março de 2018, dois dias antes do crime, tentando encontrar uma “alternativa viável para a execução” de Marielle.
Conforme matéria divulgada pelo diário conservador carioca O Globo em 13 de abril de 2018, o criminalista, de 41 anos, foi morto a tiros no bairro do Anil, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Quando saía de casa, na rua Otávio Malta, ele foi rendido por dois homens numa moto e executado com 10 tiros.
Em 2021, três anos depois do crime, o portal Metrópoles noticiou que um homem, acusado de integrar a milícia que atuava no Anil, foi preso acusado de matar o advogado.
No depoimento à PF, Lessa fala sobre um levantamento que estava fazendo para estudar o endereço da Rua Bispo, local onde Marielle morava.
“Instado a se manifestar acerca do porquê ter pesquisado tal parâmetro junto ao Google Maps, sendo certo que já tinha realizado o levantamento in loco da região, Ronnie asseverou que naquele dia 12 estava na companhia de seu amigo André Luiz Fernandes Maia, vulgo Doutor Piroca, tomando uísque e, obcecado para encontrar uma alternativa viável para a execução, passou a estudar o endereço da Rua do Bispo com afinco”, diz o relatório da PF.
Prisão de suspeitos e investigação
Na manhã de domingo, a operação da PF prendeu mais três suspeitos de envolvimento no caso Marielle. Foram eles:
Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro;
Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), deputado federal;
Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio.
Os agentes da PF também cumpriram outros 12 mandados de busca e apreensão na capital do Rio de Janeiro em endereços de outros nomes ligados à investigação.
Na tarde do mesmo dia, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse que os trabalhos de investigação sobre o assassinato serão encerrados. Segundo o ministro, é possível que novos fatos sejam apresentados futuramente, mas, até isso ser feito, a investigação que se prolonga há 6 anos está encerrada.