Os países ricos elevaram sua ajuda oficial em dinheiro aos países pobres no ano passado, principalmente com grandes aumentos nas colaborações ao Iraque e ao Afeganistão, disse a Organização pelo pela Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) na segunda-feira.
Mas a ajuda representa apenas 0,25% de sua renda total, cerca de um terço da meta da ONU de 0,7% da renda em contribuições, afirmou a OCDE em sua sede em Paris.
O montante total da ajuda oficial aumentou 13,7%, para 78,6 bilhões de dólares em 2004. Descontados os efeitos da inflação e da queda do dólar, no entanto, o aumento real foi de 4,6%, afirmou o centro de estudos.
- A ajuda está sendo enviada, mas não na velocidade necessária - disse Brian Hammond, chefe de estatística e monitoramento da secretaria do Comitê de Assistência ao Desenvolvimento da OCDE.
Os 0,25% correspondem à porcentagem da ajuda oficial em relação ao Produto Nacional Bruto (PNB) de 22 países-membros do comitê, que é a principal ferramenta da OCDE para lidar com questões ligadas à cooperação.
Esse percentual não se alterou em relação a 2003. A OCDE disse que a estimativa de 0,3% pode ser atingida no ano que vem se os membros do comitê sustentarem suas promessas, feitas em 2002.
A ajuda aos países atingidos pelo tsunami de dezembro, o perdão das dívidas do Iraque, o aumento nos orçamentos bilaterais de ajuda e contribuições à Associação Internacional de Desenvolvimento do Banco Mundial foram fatores que colaboraram para a expectativa de aumento nas colaborações.
A OCDE disse que a ajuda ao Afeganistão e ao Iraque cresceu pelo menos 1,5 bilhão de dólares. No total, o aumento geral foi de 3,1 bilhões de dólares.
Cinco dos 22 países-membros do comitê ultrapassaram a meta da ONU de 0,7% do PNB em doações. A Noruega ficou em primeiro lugar no ranking, com 0,87%. A Itália foi a lanterninha, com 0,15%. Os Estados Unidos vieram logo em seguida, com 0,16%, embora sua colaboração em termos reais tenha sido a maior, com 19 bilhões de dólares, mostraram os dados da OCDE.
A ajuda da Alemanha ficou em 0,28% do PNB, e recebeu críticas.
- Dissemos que queremos aumentar os gastos em desenvolvimento para 0,33% do PNB até 2006. Para isso precisamos de mais recursos orçamentários e maiores avanços no perdão das dívidas dos países mais pobres e endividados - disse a ministra do Desenvolvimento Heidemarie Wieczorek-Zeul.
Ajuda mundial cresce em 2004, mas ainda é abaixo da meta da ONU
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Segunda, 11 de Abril de 2005 às 13:46, por: CdB