O registro de eleitores para o pleito presidencial do Afeganistão terminará no dia 15 de agosto, colocando fim a um processo de oito meses do qual uma maioria esmagadora dos afegãos optou por participar apesar da constante ameaça de ataques.
O Quadro Conjunto de Administração Eleitoral, ligado à Organização das Nações Unidas (ONU) e encarregado de organizar as eleições presidenciais de 9 de outubro e as parlamentares de abril, disse que o processo de registro seria retomado logo depois da realização do primeiro pleito.
Mais de 8,6 milhões de afegãos, ou quase 90 por cento do eleitorado do país (que seria, segundo estimativas, de algo entre 10 milhões e 10,5 milhões de pessoas), registraram-se para participar da primeira eleição do tipo no Afeganistão.
O número supera de longe muitas projeções feitas quando o processo começou, em dezembro, e verifica-se apesar das constantes ameaças feitas pelo Taliban de atrapalhar o pleito com ataques contra qualquer um que participasse dele. Vários funcionários de órgãos eleitorais do país foram mortos em ações recentes atribuídas a milícias islâmicas, para as quais as eleições são uma fraude arquitetada pelos EUA.
O porta-voz da ONU no país, Manoel de Almeida e Silva, disse que esse alto grau de participação era sinal da determinação dos afegãos em levar adiante o processo democrático.
- Os dados também mostram um grande número de mulheres registradas, um número maior do que o esperado."
Cerca de 41% dos eleitores são mulheres, mas a participação delas é baixa no sul e no leste do país, onde muitas teriam sido proibidas por seus maridos, filhos e pais de participarem do processo eleitoral.
No último ano, mais de 900 pessoas foram mortas em ataques ocorridos no Afeganistão, entre as quais soldados estrangeiros e afegãos, civis, militantes e mais de 30 membros de grupos de ajuda.