Autoridades norte-americanas anunciaram na quinta-feira o resultado de testes que mostram que o exame de bagagens e de passageiros em aeroportos do país continua precário, apesar dos bilhões de dólares gastos nisso desde os atentados de 11 de setembro de 2001.
``Temos um sistema que não está funcionando'', disse o deputado John Mica, presidente da subcomissão de aviação da câmara, em audiência sobre um programa-piloto que pode abrir caminho para a volta das empresas particulares de segurança aos aeroportos.
Os dados mais recentes dos testes feitos de forma sigilosa a pedido do Departamento de Segurança Doméstica levaram Mica a pedir publicamente, o que não é comum, uma reunião com autoridades de primeiro escalão, possivelmente com o secretário do Departamento, Tom Ridge, dentro de dez dias, para criar uma nova estratégia.
``Vou solicitar convocações se eles não vierem voluntariamente. Esta é uma situação muito séria e precisa da nossa atenção'', disse Mica.
O deputado democrata Peter De Fazio concordou. ``Você (Mica) e eu temos sido críticos a respeito da falta de equipamentos para examinar passageiros. Os examinadores não têm as ferramentas de que necessitam.''
Testes anteriores e estudos feitos pelo governo mostram deficiências alarmantes nesses exames.
De Fazio e Mica, que é republicano, há muito tempo pressionam a Administração de Segurança no Transporte, órgão do Departamento de Segurança Doméstica, a adotar tecnologias atualizadas para detectar certos tipos de explosivos, que segundo eles podem ser facilmente levados para dentro de aeronaves.
``A tecnologia existe. É usada no Capitólio (sede do Congresso), é usada na Casa Branca, mas não é usada nos nossos aeroportos. Não podemos tolerar essa situação. Temos de avançar'', disse De Fazio.
O resultado de um teste feito secretamente mostra que os agentes federais responsáveis por verificar passageiros e bagagens e seus colegas do setor privado, que há 15 meses participam do programa-piloto em cinco aeroportos, ``tiveram desempenho igualmente ruim''.
O estudo-piloto foi feito em cinco aeroportos -- de San Francisco, Kansas City, Rochester (Estado de Nova York), Jackson Hole (Wyoming) e Tupelo (Mississippi) -- por uma empresa privada contratada pelo governo, que pesou desempenho e custos. Ela mostrou que os examinadores da iniciativa privada em Kansas City tinham atuação melhor do que seus colegas federais.
Mais de cem aeroportos estão avaliando a proposta, com prazo até meados de novembro, para dispensar o programa federal de segurança. Os defensores da vigilância privada dizem que ela é mais eficiente, mas especialistas admitem que são necessários mais estudos.