Referência na advocacia criminal, Luiz Roberto Pacheco foi um dos fundadores do grupo Prerrogativas, defendeu José Genoíno (PT) e deixa legado de atuação em grandes casos nacionais.
Por Redação, com Agenda do Poder – de São Paulo
O advogado criminalista Luiz Roberto Pacheco, de 54 anos, foi encontrado morto na manhã desta quinta-feira, em São Paulo. Segundo a colunista Mônica Bergamo, do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, ele estava desacordado em uma rua do bairro de Higienópolis e chegou a ser socorrido pelo SAMU, mas não resistiu após dar entrada no Pronto-Socorro da Santa Casa.

De acordo com o boletim de ocorrência, policiais militares foram acionados para atender uma ocorrência de emergência. “Lá chegando, havia um indivíduo desconhecido desfalecido ao solo sendo socorrido pelo SAMU”, registra o documento.
Últimos momentos e testemunhas
Uma testemunha relatou à PM que viu o advogado passando mal, com convulsões e dificuldade para respirar, e decidiu chamar as autoridades. Pacheco estava sem documentos no momento em que foi localizado, e sua identidade foi confirmada apenas depois de exame papiloscópico realizado pelo Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt.
Segundo amigos próximos, ele havia desaparecido dos grupos de mensagens desde terça-feira, o que levantou preocupações entre colegas e familiares. As circunstâncias da morte ainda estão sob investigação.
Repercussão na advocacia
A notícia provocou grande consternação no meio jurídico. O presidente da OAB-SP, Leonardo Sica, lamentou profundamente a perda. “Perdemos um advogado brilhante, defensor das boas causas, amigo de todos. Dedicou sua vida com paixão, energia, ética e boa fé ao direito de defesa e às prerrogativas dos cidadãos. A ordem está em luto profundo”, declarou.
Luiz Pacheco foi um dos fundadores do grupo Prerrogativas, que também se manifestou. “Estamos em luto. Ele era um dos advogados criminalistas mais brilhantes do país, da escola de Marcio Thomaz Bastos. Combativo, solidário e muito generoso, estava vivendo um momento muito feliz de sua vida, com a reconstrução do país, com a participação na gestão reeleita da OAB de SP e com participação ativa no grupo Prerrogativas. É uma perda muito significativa para toda a advocacia e para a sociedade brasileira”, diz o coordenador do grupo, Marco Aurélio de Carvalho.
Trajetória profissional
Com mais de duas décadas de atuação na advocacia criminal, Luiz Roberto Pacheco iniciou a carreira em 1994 no escritório do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Seis anos depois, tornou-se sócio do renomado advogado e participou de casos de grande repercussão, como o julgamento do mensalão, ocasião em que atuou na defesa do ex-deputado José Genuíno (PT-SP).
De acordo com o perfil de seu escritório, Pacheco trabalhou até 2013 ao lado de importantes nomes da advocacia, entre eles Sônia Cochrane Ráo, Dora Cavalcanti, Sandra Pires, Camila Nogueira Gusmão Medeiros, Ana Lúcia Penón e Marina Chaves Alves.
Em 2013, fundou o próprio escritório, atuando de forma autônoma, mas mantendo parcerias consolidadas ao longo da carreira. Com estrutura reduzida, o espaço foi descrito pelo advogado como um modelo “pequeno, como devem ser os bons escritórios de advocacia criminal”, prezando pela dedicação, pelo rigor técnico e pelo compromisso ético.