Com a prisão temporária decretada pela Justiça, Daniella, acompanhada de um advogado, se entregou e, depois de prestar depoimento, seguiu para um presídio feminino.
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
Acusada de fazer um procedimento estético na microempresária Fernanda de Assis, 29 anos, que morreu no último sábado, Danielle Cândido Cardoso, conhecida como “Dani Bumbum”, entregou-se na terça-feira à polícia.
Com a prisão temporária decretada pela Justiça, Daniella, acompanhada de um advogado, se entregou e, depois de prestar depoimento, seguiu para um presídio feminino no Estado do Rio, onde ficará à disposição da Justiça.
O corpo de Fernanda de Assis foi enterrado na terça-feira no Cemitério Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte do Rio. Ela fez no último dia 4 um procedimento estético nos glúteos e nos lábios e morreu nove dias depois.
O delegado Roberto Ramos, titular da delegacia de Ricardo de Albuquerque, disse que a polícia esteve pela manhã na casa de Danielle, em Mesquita, na Baixada Fluminense, mas ela não foi encontrada. À tarde, ao se entregar, ela disse que aplicou a substância metacril e silicone industrial no preenchimento.
TJRJ condena Burger King
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) informou na terça-feira que a empresa BK Brasil Operação e Assessoria a Restaurantes, detentora da marca Burger King no país, teve condenação mantida em um caso envolvendo discriminação racial em uma de suas unidades localizada em Ipanema, na zona sul da capital fluminense. A decisão estabeleceu uma indenização de R$ 24 mil a uma designer visual e seu filho de 12 anos.
O caso ocorreu em 2015. De acordo com as informações que constam no processo, os dois se dirigiram ao Burger King para fazer um lanche após saírem da praia. Quando servia seu copo na máquina de refrigerantes, o garoto foi abordado por um segurança que o chamou de "moleque". A interferência da designer impediu que ele fosse expulso do estabelecimento.
A ação foi movida pela mãe do garoto, na condição de sua representante legal. Ela relatou que o menino ficou cabisbaixo e com os olhos cheios de lágrimas após a abordagem. A designer sustentou que o segurança não teria tido a mesma atitude se seu filho não fosse negro. Testemunhas ouvidas no julgamento disseram que, depois do episódio, o garoto se tornou mais retraído e mais inseguro e que se sente constrangido no interior de qualquer estabelecimento comercial.
Em fevereiro desse ano, a empresa foi condenada em primeira instância, mas apresentou recurso. A BK Brasil Operação e Assessoria a Restaurantes alegou que não houve discriminação, e sim um mero aborrecimento. No entanto, em 2 de outubro, a 12ª Câmara Cível manteve a sentença, seguindo o voto do relator, o desembargador Jaime Dias Pinheiro. “Todo e qualquer ato de preconceito, intolerância e discriminação deve ser veementemente reprimido pelo Poder Judiciário, uma vez que não se coaduna com o Estado Democrático de Direito”, escreveu ele.
Segundo o magistrado, a conduta do estabelecimento é agravada por ter sido perpetrada contra um menor de idade. "Infelizmente, a história de nossa sociedade é permeada por atos de segregação, sendo o negro, invariavelmente, a 'vítima perfeita'. Não são poucos os casos de maus tratos, danos físicos morais e psicológicos", acrescentou.
Procurada pela Agência Brasil, o Burger King afirmou em nota que abomina qualquer ato de discriminação, seja ela racial, de gênero, classe social ou qualquer outro tipo. "Prezamos pela diversidade e o nosso propósito é fazer com que todos se sintam bem-vindos em nossos restaurantes. Tivemos conhecimento do caso, ocorrido em 2015, e tomamos todas as medidas cabíveis", registra o texto.