Segundo as investigações, Adriana contratou planos corporativos para cerca de 800 pessoas físicas sem vínculo empregatício, gerando um prejuízo estimado em R$ 11 milhões para uma única operadora de saúde.
Por Redação, com CartaCapital – do Rio de Janeiro
A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou na manhã desta segunda-feira, a Operação Carência Zero, que visa combater um esquema milionário de fraudes em planos de saúde empresariais. Até o momento, Adriana Neves Castro, apontada como chefe do grupo criminoso, foi presa.
Segundo as investigações, Adriana contratou planos corporativos para cerca de 800 pessoas físicas sem vínculo empregatício, gerando um prejuízo estimado em R$ 11 milhões para uma única operadora de saúde. O grupo é investigado por estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro, e já responde por fraudes semelhantes em São Paulo.
A investigação, iniciada em 2023, revelou que o grupo comercializava os planos com taxas de adesão e mensalidades até quatro vezes mais caras do que os valores supostamente descontados em folha salarial.
Um dos casos destacados pelos investigadores envolve uma idosa de 68 anos, que pagava R$ 2,7 mil de mensalidade, além de R$ 3 mil em taxas, enquanto o valor real do plano era de R$ 721,18.
– Era um golpe sofisticado, e acreditamos que algumas pessoas possam ter sido enganadas. Continuaremos investigando individualmente os casos dos beneficiários, que podem responder criminalmente por adquirirem planos com vínculos trabalhistas inexistentes – afirmou o delegado Ângelo Lages ao portal G1.
Contratação de planos
Entre 2019 e 2023, o esquema envolveu a contratação de planos para 778 “funcionários” de oito empresas fictícias, que se valiam dos descontos apresentados pelas operadoras de saúde para contas empresariais. Esses convênios geraram um prejuízo de mais de R$ 10 milhões para uma operadora, que arcou com procedimentos médicos em valor superior ao recebido pelos contratos irregulares.
Apenas em seis meses, a suspeita de chefiar o grupo, Adriana, teria movimentado mais de R$ 2 milhões. Os valores são incompatíveis com o patrimônio da investigada. Recentemente, ela se candidatou a vereadora na cidade de Itaguaí, mas teve apenas 17 votos.
Além de Adriana, outros alvos da operação incluem seu filho e um contador acusado de ser sócio das empresas falsas, além de operadores de vendas que atraíam os beneficiários. A polícia também investiga a participação de médicos que encaminhavam pacientes para cirurgias desnecessárias.
Segundo a polícia, o desmantelamento do esquema poderá beneficiar os consumidores finais, já que fraudes como essa impactam diretamente o custo dos planos de saúde.