A UE coloca na lista negra diretores de prisões e altos funcionários penitenciários, bem como juízes e promotores, por seu papel em confissões forçadas.
Por Redação, com Europa Press – de Bruxelas
A União Europeia aprovou nesta segunda-feira uma nova rodada de sanções contra nove indivíduos e instituições do Irã responsáveis pela “diplomacia de reféns”, ou seja, a detenção arbitrária de cidadãos europeus com os quais Teerã negocia a troca de prisioneiros iranianos ou tira proveito político em suas relações com os países do bloco.

Dessa forma, a UE está dando um passo para responder às ações hostis de Teerã contra a UE-27, como a prisão injustificada de cidadãos europeus, nos casos em que usa os tribunais de justiça para fins políticos. “A UE continua profundamente preocupada com a prática perigosa do Irã de deter arbitrariamente cidadãos da UE, com ou sem dupla nacionalidade, por motivos espúrios para obter ganhos políticos”, enfatizou em uma declaração.
Seguindo a iniciativa da França, a UE está tomando a iniciativa de sancionar a prisão de Shiraz e a Primeira Câmara do Tribunal de Shiraz, que a UE identifica como central para a prática de tomar reféns de países europeus. A UE observa que várias pessoas foram detidas ilegalmente nessa prisão, não tiveram acesso a um julgamento justo e sofreram graves violações de seus direitos.
Observa também que vários oponentes do regime dos aiatolás foram executados nessa prisão e que ela está envolvida na repressão de minorias étnicas e religiosas no sul do Irã.
Confissões forçadas
Além dessas instituições, a UE coloca na lista negra diretores de prisões e altos funcionários penitenciários, bem como juízes e promotores, por seu papel em confissões forçadas, violações de garantias de julgamento justo e execução de sentenças de morte contra ativistas, dissidentes políticos e pessoas pertencentes a minorias.
Com essa medida, a UE eleva para 232 indivíduos e 44 entidades as sanções que impõe contra o Irã por sua deriva repressiva. Esses indivíduos têm seus bens congelados e são proibidos de viajar para a UE. O bloco também mantém a proibição de exportações para o Irã de equipamentos que possam ser usados para repressão interna e equipamentos de monitoramento de telecomunicações.