Durante encontro do setor eólico, na véspera, Gannoum leu uma mensagem encaminhada por Silveira, segundo a qual o governo reconhece que os prejuízos financeiros impostos pelos cortes de geração renovável.
Por Redação, com Reuters – de São Paulo
Ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira prometeu que medidas estruturais para solucionar os prejuízos associados aos cortes de geração renovável serão tomadas nos próximos dias, segundo Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

Durante encontro do setor eólico, na véspera, Gannoum leu uma mensagem encaminhada por Silveira, segundo a qual o governo reconhece que os prejuízos financeiros impostos pelos cortes de geração renovável na operação do sistema elétrico não devem ficar a cargo dos investidores eólicos e solares.
A jornalistas, a executiva explicou que a medida de curto prazo prometida pelo ministério envolve um acordo para encerrar a judicialização em torno do tema e ajustar a regulação setorial para ressarcir elevados prejuízos financeiros.
Conversa
Geradores de energia eólica e solar estão amargando perdas de bilhões de reais desde 2023 com interrupções da produção de suas usinas, um problema que reflete limitações no escoamento pela rede de transmissão e também um baixo crescimento do consumo para absorver a oferta cada vez maior de energia.
Consultado, o ministério limitou-se a confirmar que o ministro conversou com representantes da associação, mas sem comentários adicionais.
Nesta terça-feira, Gannoum disse que a pasta editará uma portaria ou resolução nos próximos dias para convocar os geradores para fechar acordo e encerrar as várias ações na Justiça contra a agência reguladora Aneel, nas quais as empresas cobram ressarcimento pelas perdas sofridas com a produção frustrada de suas usinas.
Geração
A Aneel, até então, vinha contestando a visão dos geradores renováveis na Justiça, defendendo que nem todo prejuízo deveria ser reembolsado aos geradores.
O argumento do órgão regulador é de que esses ressarcimentos oneram os consumidores de energia, já que são custeados por meio de encargo cobrado na conta de luz. A ABEEólica, por sua vez, afirma que esse peso aos consumidores é muito pequeno, com impacto de 0,3% na tarifa de energia.
A presidente da ABEEólica afirmou ainda que outras ações estão sendo estudadas para permitir uma redução dos cortes de geração renovável no âmbito da operação do sistema elétrico pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Essas medidas, porém, “tendem a produzir reflexos mais no médio prazo”, concluiu Gannoum.