A insatisfação dos eleitores aparece em meio ao aumento da desaprovação do governo, que chegou a 56%, contra 41% de aprovação. No levantamento anterior, de janeiro, a desaprovação era de 49%. Já a aprovação recuou seis pontos percentuais.
Por Redação – de São Paulo
A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira mostra que 81% dos brasileiros querem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faça “um governo diferente” até o fim do mandato em 2026. Apenas 15% apoiam a continuidade da administração nos moldes atuais.

A insatisfação dos eleitores aparece em meio ao aumento da desaprovação do governo, que chegou a 56%, contra 41% de aprovação. No levantamento anterior, de janeiro, a desaprovação era de 49%. Já a aprovação recuou seis pontos percentuais.
A pesquisa revela, ainda, que 56% dos entrevistados avaliam que o Brasil está seguindo na “direção errada”, enquanto apenas 36% acreditam que o país está no rumo certo. O número de indecisos ou que não souberam responder ficou em 8%.
Bolsonaro
A comparação com gestões anteriores também é desfavorável a Lula: 53% acham que seu terceiro mandato é “pior” do que os dois primeiros; 20% dizem que está melhor e 23% avaliam que está igual. Em relação ao governo de Jair Bolsonaro (PL), 43% consideram a atual gestão “pior”, 39% “melhor” e 15% “igual”.
Os números apontam um desgaste crescente na imagem do governo, pressionado por uma conjuntura econômica difícil e pela alta dos preços. Para 56% dos brasileiros, a economia piorou nos últimos 12 meses. Apenas 16% viram melhora, enquanto 26% disseram que está igual.
Aprovação
Segundo Nunes, “o esforço de comunicação com o anúncio de novas medidas ainda não gerou os efeitos positivos na popularidade do governo”. A tendência de queda se espalha de forma simétrica em todas as regiões do país, atingindo inclusive o Nordeste, onde Lula tradicionalmente apresenta maior apoio.
Na região, a vantagem que era de 35 pontos percentuais (pp) caiu para apenas 6 pp entre dezembro de 2024 e março de 2025. No Sudeste, a desaprovação supera a aprovação em 23 pp; no Sul, a diferença chega a 30 pp.
Um dos dados mais simbólicos é o aumento da desaprovação entre as mulheres: pela primeira vez, chegou a 53%, superando os 43% de aprovação. Em 2022, a diferença entre homens e mulheres foi decisiva para a vitória eleitoral de Lula. Agora, a desaprovação entre os homens alcança 59%, reduzindo o ‘gap’ de gênero.
Confiança
A análise de Felipe Nunes também destaca uma reversão significativa entre os brasileiros de baixa renda. Entre os que ganham até dois salários mínimos, a aprovação ao governo está em 52% – número que ainda representa maioria, mas que revela uma queda acentuada: em julho de 2024, a diferença entre aprovação e desaprovação nesse grupo era de 43 pontos; agora, é de apenas 7.
Entre quem tem renda familiar entre dois e cinco salários mínimos, por sua vez, a aprovação está em 36%; entre os que ganham acima de cinco salários, caiu para 34%.
Bem-intencionado
De acordo com a pesquisa, 26% dos eleitores que votaram em Lula em 2022 atualmente desaprovam o governo. Entre os eleitores de Jair Bolsonaro, a desaprovação é quase total, atingindo 92%. Já entre os que se abstiveram ou votaram nulo ou branco, 62% reprovam a atual gestão.
Felipe Nunes destaca a “quebra de confiança” entre o eleitorado e o presidente como uma das causas da alta desaprovação.
— Além de não conseguir cumprir as promessas de campanha, cada vez menos gente vê o presidente como bem-intencionado — resume.