Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Saúde atualiza diretrizes para a prevenção da conjuntivite neonatal

Arquivado em:
Quarta, 07 de Agosto de 2024 às 13:09, por: CdB

Nota técnica orienta sobre a substituição do nitrato de prata por substâncias mais eficazes na proteção dos bebês contra infecções oculares. Conjuntivite logo após o nascimento é uma das causas da cegueira infantil.

Por Redação, com ACS – de Brasília

Com o objetivo de melhorar as formas de prevenção da conjuntivite neonatal, uma infecção ocular que acomete a conjuntiva de bebês entre 24 horas e um mês após o nascimento, o Ministério da Saúde publicou a Nota Técnica nº 11/2024 .

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A introdução das novas substâncias tem como objetivo uma eficácia superior na prevenção da doença

A nota orienta a substituição do nitrato de prata 1% por iodopovidona a 2,5%, eritromicina 0,5% ou tetraciclina 1%, por serem mais eficazes e causarem menos irritação aos recém-nascidos.

A introdução das novas substâncias tem como objetivo uma eficácia superior na prevenção da doença, já que elas são menos irritantes e proporcionam um tratamento mais confortável para os recém-nascidos. Além disso, estudos recentes comprovam que esses agentes são mais eficazes na proteção dos bebês contra infecções oculares, que podem levar a complicações graves se não tratadas adequadamente.

O nitrato de prata 1%, muito utilizado anteriormente, é conhecido por causar desconforto, ardor e em alguns casos conjuntivite química nos bebês. Além disso, a iodopovidona a 2,5% não apresenta problemas de conservação e tem um custo acessível, oferecendo uma prevenção segura e eficiente.

Sobre a doença

A conjuntivite neonatal é uma causa significativa de cegueira infantil, especialmente em países de baixa e média renda. Frequentemente causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, que pode ser transmitida durante o parto, a conjuntivite neonatal pode levar a sérias complicações, incluindo perfuração da córnea e perda da visão se não tratada prontamente.

Cuidados com o recém-nascido

Após o nascimento, seja por parto normal ou cesárea, o recém-nascido passa por uma série de cuidados imediatos para garantir sua saúde. Se estiver clinicamente estável, o bebê é colocado no peito da mãe para contato pele a pele, proporcionando estabilização da temperatura e da respiração, além de promover o vínculo emocional. Bebês prematuros ou que necessitam de cuidados especiais são encaminhados para unidades de cuidados intensivos.

A prevenção ocular é um desses cuidados imediatos, e a atualização das diretrizes visa garantir que essa prática seja feita de maneira eficaz e confortável. A implementação das novas recomendações pelos hospitais é fundamental para minimizar riscos e melhorar o bem-estar dos recém-nascidos.

Brasil Sorridente

Na terça-feira, a coordenadora-geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Doralice Severo da Cruz, falou sobre os avanços do Brasil Sorridente , durante entrevistas para rádios do Amapá, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Com a retomada do programa na atual gestão, o governo federal aumentou cerca de 126% os recursos na saúde bucal em relação ao ano passado, com um investimento atual de R$ 4,3 bilhões.

O Brasil Sorridente foi criado em 2004 para combater a dificuldade de acesso à saúde bucal, principalmente em regiões de maior vulnerabilidade. Em 2023, o presidente Lula sancionou a lei que incluiu a Política Nacional de Saúde Bucal na Lei Orgânica da Saúde,  tornando-a um direito de todos os brasileiros com acesso pelo Sistema Único de Saúde (SUS) .

À Rádio Equinócio, de Macapá (AP), Doralice exaltou a parceria entre o Ministério da Saúde e a gestão local. “O Amapá é o nosso estado piloto. Quando temos novas políticas, começamos a implantação por lá e é muito importante manter essa relação”.

Até maio de 2024, o Amapá recebeu R$ 812,4 mil do governo federal para investir em 127 equipes de saúde bucal e quatro Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs). O valor é mais que o dobro em relação aos recursos registrados em dezembro de 2022, quando foram repassados R$ 401,6 mil para 103 equipes e 4 CEOs.

No Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais, o aumento também foi evidente: no mesmo período, os investimentos passaram de R$ 1,8 milhão para R$ 3,2 milhões e de R$ 12,2 milhões para R$ 24,2 milhões, respectivamente.

A coordenadora também falou sobre os resultados do SB Brasil , estudo sobre as condições de saúde bucal da população brasileira. “Nós vimos que as pessoas estão perdendo menos dentes e já existe um grande contingente que nunca teve experiência de cárie. Entre os idosos, também observamos uma diminuição da perda dentária”, declarou.

Segundo Doralice, é notório o avanço nos cuidados com a saúde bucal da população e ela destacou a influência dessa melhoria em outros aspectos. “Quando as pessoas têm uma boa saúde bucal, ela come bem, fala bem, ela pode namorar, se expressar, fica mais livre para ocupar o lugar dela na sociedade. É imprescindível”, disse ela, na entrevista.

Rede de atendimento

Em todo o país, o Brasil Sorridente conta com a Rede de Atenção em Saúde Bucal, que oferece serviços nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) com as equipes de saúde bucal e cirurgiões dentistas, enquanto os CEOs ofertam atendimentos especializados. Além disso, a rede tem laboratórios regionais de próteses dentárias e serviços de acessibilidade para pessoas com deficiência. Em municípios com 20 mil habitantes ou menos, as equipes também atuam nos hospitais.

Com a disponibilização da rede, o Serviço de Especialidades em Saúde Bucal (SESB) reforçou o compromisso de garantir atendimento odontológico integral em regiões desassistidas. São mais de 15,2 milhões de brasileiros com acesso à prevenção, às especialidades odontológicas e recuperação da saúde bucal.

Investimento recorde

Neste ano, está em vigência o maior investimento da história em saúde bucal. Serão mais de 6 mil novas equipes de saúde bucal, 100 novos CEOs, expansão do custeio para as especialidades em mil CEOs e aquisição de 300 novas Unidades Odontológicas Móveis (UOMs), que entraram como uma das prioridades do Novo PAC – Eixo Saúde , com um investimento da ordem de R$ 200 milhões.

O Ministério da Saúde anunciou, ainda, R$ 187,8 milhões para viabilizar a compra de insumos e instrumentos para tratamento de estudantes de escolas públicas matriculados no ensino básico. A ação “Mais Saúde Bucal nas Escolas” vai alcançar 26 milhões de estudantes de três a 14 anos em 5.055 municípios brasileiros, por meio de 31,2 mil equipes de saúde bucal.

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