Rio de Janeiro, 06 de Maio de 2025

Firme no cargo, Maduro adverte aos EUA que não façam da Venezuela um novo Vietnã

Elliott Abrams, que serviu nas administrações de Ronald Reagan e George W. Bush, disse em seu relatório a Trump que qualquer solução negociada precisaria ser alcançada entre os próprios venezuelanos.

Domingo, 10 de Março de 2019 às 15:49, por: CdB

Elliott Abrams, que serviu nas administrações de Ronald Reagan e George W. Bush, disse em seu relatório a Trump que qualquer solução negociada precisaria ser alcançada entre os próprios venezuelanos.

  Por Redação, com agências internacionais - de Caracas e Washington   Não há o menor sinal de que o presidente venezuelano Nicolás Maduro esteja aberto a negociações para acabar com o impasse político com o líder da oposição Juan Guaidó, disse neste domingo o enviado de Washington à Venezuela, Elliot Abrams, ao presidente norte-americano, Donald Trump. Maduro, que segue firme no cargo, disse aos norte-americanos que não tentem uma invasão ao seu país. Caso insistam, voltarão a enfrentar “um novo Vietnã”, disse, referindo-se à clássica derrota dos EUA para um inimigo comunista.
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Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro avisa que os EUA não levarão embora o petróleo dos venezuelanos
Elliott Abrams, que serviu nas administrações de Ronald Reagan e George W. Bush, disse em seu relatório a Trump que qualquer solução negociada precisaria ser alcançada entre os próprios venezuelanos. E que os Estados Unidos poderiam ajudar mais se levantassem ou facilitassem as sanções norte-americanas. Abrams, no entanto, minimizou qualquer possibilidade de que o presidente venezuelano estivesse pronto para falar sobre sua saída. — De tudo o que vimos, a tática de Maduro é ficar parado — disse Abrams. Moscou Embora cerca de 56 países reconheçam Guaidó como o chefe de Estado interino da Venezuela, o presidente Maduro tem assegurado o apoio da Rússia e da China e se mantém integralmente no controle de instituições estatais, incluindo as forças armadas. Abrams se encontrou com representantes russos nos EUA e conversaram sobre o apoio de Moscou a Maduro. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse no início do mês, depois de um telefonema com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, que Moscou estava pronta para participar de conversações bilaterais sobre a Venezuela. — (Os russos) continuam a apoiá-lo e não há indicação de que eu tenha visto que eles estão dizendo que é hora de acabar com isso — disse Abrams. Empréstimos A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da agência inglesa de notícias Reuters. Washington, por sua vez, pediu aos bancos estrangeiros que garantam que os funcionários do governo de Maduro e da Venezuela não estejam escondendo ativos financeiros no exterior. John Bolton, o conselheiro de segurança nacional dos EUA, na semana passada ameaçou impor sanções contra qualquer instituição financeira que ajudasse Maduro. Moscou tem US$ 3,1 bilhões em dívidas soberanas da Venezuela e atuou como credor de última instância para Caracas, com o governo e a gigante do petróleo russa, a Rosneft, entregando à Venezuela pelo menos US$ 17 bilhões em empréstimos e linhas de crédito desde 2006. Cuba também segue firme no apoio a Maduro. — De certa forma, eles são os principais assessores de Maduro — disse Abrams sobre o papel de Havana. Sabotagem Cuba tem sido um dos principais apoiadores do governo socialista venezuelano desde a Revolução Bolivariana que começou sob o ex-líder Hugo Chávez. O governo cubano negou ter forças de segurança na Venezuela e disse que declarações como a de Abrams faziam parte de uma campanha de mentiras que visava abrir caminho para a intervenção militar norte-americana no país sul-americano. Ainda neste domingo, o presidente Nicolás Maduro disse que o blecaute é culpa de um ato de “sabotagem” dos Estados Unidos na represa hidrelétrica de Guri. Nos hospitais, a falta de luz, combinada com a ausência ou performance ruim de geradores reserva resultou na morte de 17 pacientes pelo país, segundo a organização não governamental norte-americana Doctors for Health. Os números, porém, não foram confirmados, oficialmente. Assista à advertência de Maduro aos EUA:
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