Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Zelensky aposta em mísseis estratégicos para forçar negociação com Putin

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pede a entrega de mísseis Tomahawk para pressionar Putin a negociar o fim da guerra na Ucrânia, destacando a necessidade de ação.

Segunda, 27 de Outubro de 2025 às 13:55, por: CdB

Zelensky entendeu que o presidente dos EUA, Donald Trump, teme uma escalada se finalmente concordar em entregar mísseis Tomahawk às forças ucranianas, mas observou que “haverá uma escalada de qualquer maneira se não houver negociações”.

Por Redação, com Europa Press – de Kiev

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky insistiu na necessidade de seus parceiros, principalmente os Estados Unidos, entregarem mísseis de longo alcance como forma de pressionar seu colega russo, Vladimir Putin, a sentar-se e negociar o fim da guerra. “Precisamos de algo para impedi-la”, disse ele.

Zelensky aposta em mísseis estratégicos para forçar negociação com Putin | O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky

Zelensky entendeu que o presidente dos EUA, Donald Trump, teme uma escalada se finalmente concordar em entregar mísseis Tomahawk às forças ucranianas, mas observou que “haverá uma escalada de qualquer maneira se não houver negociações”.

– Se Putin não parar, precisamos de algo para detê-lo. As sanções são uma dessas armas. As sanções são uma dessas armas, mas também precisamos de mísseis de longo alcance – disse Zelensky em uma entrevista publicada na segunda-feira pelo site de notícias Axios.

Zelensky disse que durante sua última reunião com Trump na Casa Branca, ele tentou fazê-lo ver que a entrega desses mísseis cobiçados não implicaria seu uso imediato, mas serviria como um estímulo para Putin, que concordaria em negociar se visse que suas instalações militares e de energia poderiam estar em risco.

– Não estamos falando apenas de Tomahawks. Os Estados Unidos têm muitos dispositivos semelhantes que não requerem muito treinamento – disse ele, afastando outra das justificativas apresentadas pelo governo Trump para não fazer essas entregas. “A única maneira de trabalhar com Putin é por meio de pressão”, enfatizou.

No entanto, ele ressaltou que, mesmo que não seja suficiente, essas últimas sanções econômicas apresentadas por Washington contra as duas principais empresas petrolíferas russas “farão a diferença” e ele estima as perdas mensais de Moscou em até 5 bilhões de dólares (cerca de 4,3 bilhões de euros).

Durante essa reunião em Washington, Zelensky aceitou a oferta de Trump de “congelar” a situação no front. No entanto, as exigências de Putin – de que as tropas ucranianas se retirassem completamente de Donetsk – impediram qualquer progresso, inclusive a cúpula de Budapeste.

– Eles fizeram a mesma coisa depois do Alasca. Esta é a terceira ou quarta vez que Putin e seu pessoal rejeitam o que Trump diz – disse Zelensky, que afirmou que a conversa telefônica entre o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, não foi nada positiva.

Por outro lado, o líder ucraniano disse que, na próxima semana, seus parceiros europeus, liderados pelo Reino Unido e pela França, planejam apresentar um plano “breve” para um cessar-fogo, embora ele não tenha demonstrado nenhuma confiança de que o presidente Putin esteja disposto a aceitá-lo.

Rússia reitera a disposição de Putin de se encontrar com Trump

O assessor presidencial russo Yuri Ushakov disse nesta segunda-feira que o presidente russo Vladimir Putin ainda está disposto a se reunir com seu colega norte-americano, Donald Trump, após a tentativa fracassada de encontro na Hungria.

– Ainda não há diretrizes concretas, mas ainda há disposição para realizar uma reunião se um acordo prévio for alcançado em nível técnico – explicou Ushakov em declarações à televisão russa VGTRK, relatadas pela agência russa de notícias Tass.

Ushakov lembrou que a reunião foi realizada em 15 de agosto em Anchorage, no Alasca, entre os dois líderes, e que ela foi rapidamente organizada e realizada assim que a decisão relevante foi tomada.

O próprio Trump confirmou na semana passada o cancelamento da reunião planejada com seu colega russo na Hungria, em meio a negociações paralisadas para pôr fim à invasão russa na Ucrânia e depois que Washington impôs sanções contra duas empresas petrolíferas russas.

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