China e EUA têm posições conflitantes na questão por conta da estreita parceria entre Pequim e Moscou. Os primeiros, inclusive, evitam usar o termo guerra assim como deseja a Rússia, que chama a invasão de "operação militar especial".
Por Redação, com ANSA - de Pequim/Washington
Os presidentes da China, Xi Jinping, e dos Estados Unidos, Joe Biden, conversaram por telefone nesta sexta-feira e a guerra na Ucrânia esteve no centro das discussões que duraram uma hora e 50 minutos.
Segundo a emissora estatal chinesa CCTV, Xi reafirmou para Biden "que conflitos militares não interessam a ninguém" e que a "crise ucraniana não é algo que queríamos ver acontecer".
China e EUA têm posições conflitantes na questão por conta da estreita parceria entre Pequim e Moscou. Os primeiros, inclusive, evitam usar o termo guerra assim como deseja a Rússia, que chama a invasão de "operação militar especial".
Os chineses tentam manter uma postura neutra, defendendo que deve haver respeito "à integridade territorial de cada nação soberana", mas dizendo que as preocupações da Rússia sobre sua segurança "são legítimas".
Imposição de sanções
Do outro lado, os norte-americanos lideram na imposição de sanções políticas, financeiras e econômicas contra os russos e ajudam os ucranianos a se defenderem belicamente. Além disso, a Casa Branca já se manifestou formalmente sobre o temor de que Pequim ajude a Rússia com o fornecimento de armas, algo negado pelos chineses, e pediu que Xi exerça a sua influência para fazer com que o presidente russo, Vladimir Putin, encerre a guerra.
Xi afirmou ainda, sempre segundo a "CCTV", que "precisamos guiar o desenvolvimento das relações entre China-EUA no caminho certo, mas precisamos também assumir as nossas devidas responsabilidades internacionais para atingir os esforços pela paz e a tranquilidade no mundo".
O líder de Pequim disse que as "relações entre as nações não podem chegar ao confronto armado".
A pressão para a China se posicionar contra o ataque russo aumenta dia após dia, com os norte-americanos ameaçando até mesmo sancionar as empresas do país em caso de apoio.
Por sua vez, os chineses são extremamente pragmáticos e também não falam abertamente em apoiar a invasão por conta das questões sensíveis com as quais precisam lidar, especialmente, no caso de Taiwan e, em menor escala, em Hong Kong. A China sempre defendeu sua soberania nacional para manter as "províncias rebeldes" como parte da chamada "China Única".