Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Washington teriam avisado Israel contra ataques ao programa nuclear iraniano

Arquivado em:
Segunda, 22 de Novembro de 2021 às 10:00, por: CdB

Segundo a mídia, desde o abandono do acordo de 2015, o Irã conseguiu reduzir seu tempo de enriquecimento de urânio necessário para criar a bomba. A redução do cumprimento do acordo pelo Irã incluiu o aumento do estoque de urânio.

Por Redação, com Sputnik - de Washington

Segundo relata o jornal The New York Times, os Estados Unidos avisaram Israel que os ataques ao programa nuclear iraniano são, no final, "contraprodutivos".

iranuclear.jpeg
EUA teriam avisado Israel contra 'ataques contraprodutivos' ao programa nuclear iraniano, diz mídia

No entanto, apesar de seu argumento que as ações de Tel Aviv permitem que Teerã reconstrua um sistema de enriquecimento ainda mais eficiente, as autoridades israelenses rejeitaram os avisos, insistindo que não têm "nenhuma intenção de parar", segundo as fontes citadas pelo veículo de imprensa.

O artigo refere-se ao assassinato do importante cientista nuclear iraniano Mohsen Fakhrizadeh, no final de novembro de 2020, ao ataque de drone à instalação de pesquisa agrícola e de medicina nucelar de Karaj e a vários incidentes na instalação de enriquecimento de combustível de Natanz, todos atribuídos à inteligência de Israel, que supostamente desligou as instalações de enriquecimento de urânio enquanto destruíam dezenas de centrífugas.

Mesmo assim, as autoridades americanas advertiram Tel Aviv contra semelhantes esforços "taticamente satisfatórios", insistindo que Teerã também é capaz de reconstruir as instalações de maneira ainda melhor e instalar máquinas mais inovadoras.

Em 2010, a infraestrutura de energia nuclear iraniana foi infectada pelo vírus Stuxnet, supostamente desenhado pelos serviços de inteligência israelense, americano e holandês, causando diversos problemas e forçando o Irã a desligar a maior parte da sua infraestrutura. Entretanto, foi alegado que o Irã já conseguiu melhorar suas defesas no domínio cibernético.

Acordo de 2015

Segundo a mídia, desde o abandono do acordo de 2015, o Irã conseguiu reduzir seu tempo de enriquecimento de urânio necessário para criar a bomba. A redução do cumprimento do acordo pelo Irã incluiu o aumento do estoque de urânio e níveis de enriquecimento para além dos parâmetros estabelecidos pelo acordo nuclear, com Teerã insistindo que seus movimentos estão dentro de seus direitos soberanos e podem ser revertidos se os EUA cancelarem as sanções.

"Antes de (o então presidente Donald) Trump ter decidido abandonar o acordo, Irã aderiu aos limites do acordo de 2015, que, segundo todas as estimativas, o conteve cerca de um ano até atingir o 'ponto de fuga', o momento em que ele vai ter material suficiente para uma bomba. Enquanto as estimativas variam, esse tempo amortecedor diminuiu para um prazo entre três semanas e alguns meses, o que mudaria o cálculo geopolítico em todo o Oriente Médio", segundo o relato.

Os alegados avisos a partir de Washington ocorrem em meio aos esforços contínuos, nas negociações em Viena, de trazer Teerã de volta ao acordo de 2015, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês).

 
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo