"A inflação alta, o mercado de trabalho ainda com uma retomada muito fraca, com 15 milhões de desempregados, e agora as incertezas fiscais – como o problema com os precatórios – e políticas. Todo o cenário de agora prejudica a economia, infelizmente", diz a assessoria da Fecomércio-SP.
Por Redação - do Rio de Janeiro
Durou pouco aquele que os economistas chamam de ‘voo da galinha’, no setor varejista. Após dois meses de alta, as vendas do setir caíram 1,7% em junho sobre maio, informou nesta quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda não chegou a surpreender analistas do mercado financeiro, embora muitos esperassem uma alta comedida de apenas 0,7%.
Para a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) o recuo nas vendas “foi inesperado”, segundo o assessor André Sacconato.
— Era esperado um aumento de 1,2%, seguindo a abertura da economia, especialmente por causa do avanço da vacinação contra a Covid-19 e o crescimento econômico que vinha aparecendo também — disse ele, a jornalistas.
Serviços
Outros fatores, no entanto, atrapalharam o comércio, disse ele.
— A inflação alta, o mercado de trabalho ainda com uma retomada muito fraca, com 15 milhões de desempregados, e agora as incertezas fiscais – como o problema com os precatórios – e políticas – a exemplo da PEC do voto impresso, que foi solucionada na véspera. Todo o cenário de agora prejudica a economia, infelizmente — acrescentou.
Sacconato ainda acredita que a vacinação de toda a população acima de 18 anos pode não ter um impacto tão positivo na economia.
— Se me perguntasse a dois meses atrás, diria que prevaleceria a parte boa, especialmente no setor de serviços, mas estamos vendo as condições deteriorarem — lamentou.
Expectativa
O assessor relatou, ainda, que empresários que tinham investimentos planejados resolveram adiar suas intenções devido às incertezas.
— Há empresários que estão esperando para ver o que vai acontecer, tem alguns que vão esperar até a eleição do ano que vem, isso é muito ruim para a economia — ressaltou.
Ainda assim, ele acredita que “a expectativa ainda é positiva” para o varejo.
— É positiva, mas é mais moderada por causa dos acontecimentos econômicos e políticos, se houvesse estabilidade, as datas que vem por aí, como o Natal, iriam potencializar as vendas — concluiu.