Moscou diz ter disparado mísseis intercontinentais e de cruzeiro em ensaio de "resposta a ofensiva inimiga". Anúncio ocorre um dia após Parlamento do país revogar tratado de proibição de testes atômicos.
Por Redação, com DW - de Moscou
A Rússia anunciou ter realizado um grande exercício balístico supervisionado pelo presidente russo, Vladimir Putin, para preparar suas tropas para um "ataque nuclear massivo" de represália. O anúncio foi feito pouco depois de o Parlamento russo aprovar a revogação da ratificação de um importante tratado de proibição de testes nucleares.
Moscou afirmou ter disparado dois mísseis intercontinentais e vários mísseis de cruzeiro durante o ensaio, de acordo com um comunicado do Kremlin divulgado na noite de quarta-feira.
Durante os exercícios, entretanto, os mísseis não estão equipados com ogivas nucleares.
– Sob a liderança do comandante supremo das Forças Armadas Russas, Vladimir Putin, foi realizado um exercício de treinamento com as forças e equipamentos dos componentes terrestres, marítimos e aéreos das forças de dissuasão nuclear – disse o Kremlin.
Segundo o comunicado, um dos mísseis foi disparado do cosmódromo de Plesetsk, na região noroeste de Arkhangelsk, e outro míssil foi lançado de um submarino nuclear no Mar de Barents. O Kremlin disse que "aviões Tu-96MS de longo alcance" participaram dos exercícios.
"Ataque nuclear massivo"
Agências de notícias russas citaram o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, dizendo que a Rússia ensaiou "um ataque nuclear massivo por forças ofensivas estratégicas em resposta a um ataque inimigo".
A doutrina nuclear da Rússia prevê o uso "estritamente defensivo" das armas atômicas, em caso de ataque à Rússia com armas de destruição massiva ou de agressão com armas convencionais "que ameaça a existência do Estado".
O anúncio foi feito horas depois de a câmara alta do Parlamento russo, o Conselho da Federação, ter aprovado a revogação da ratificação do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT)
Moscou disse que estudará as propostas dos EUA para retomar o diálogo sobre o controle de armas nucleares, mas que não as aceitará a menos que Washington abandone a sua posição "hostil".