Ele afirmou, também, que o uso de armamentos pesados em áreas residenciais resulta em “sérias consequências para todos os lados. E o mais importante: as baixas civis serão absolutamente inaceitáveis.
Por Redação, com Lusa e Sputnik - de Moscou
O presidente Vladimir Putin, da Rússia, disse nesta sexta-feira que uma invasão terrestre de Israel na Faixa de Gaza resultará em um número de vítimas civis que será “absolutamente inaceitável”.
Ele afirmou, também, que o uso de armamentos pesados em áreas residenciais resulta em “sérias consequências para todos os lados. E o mais importante: as baixas civis serão absolutamente inaceitáveis. Agora, o principal é evitar o derramamento de sangue", apelou.
Retirada pode demorar
Os militares israelenses admitiram que a retirada de 1,1 milhão de pessoas do norte da Faixa de Gaza “vai levar tempo”, e não confirmaram o prazo de 24 horas.
– Esta é uma zona de guerra, estamos tentando dar tempo e fazendo esforços. Entendemos que [a retirada] não levará 24 horas – disse o porta-voz das Forças de Defesa de Israel à BBC (British Broadcasting Corporation, Corporação Britânica de Radiodifusão).
Rússia está pronta para mediar na resolução palestino-israelense
Rússia está pronta para mediar na resolução palestino-israelense, afirmou o presidente russo, Vladimir Putin, nesta sexta-feira na reunião de chefes de Estado dos países da Comunidade dos Estados Independentes, em Bishkek, Quirguistão.
O líder russo sublinhou que é necessário procurar uma solução pacífica para o conflito. Segundo ele, simplesmente não há outra alternativa.
Putin acrescentou que considera a escalada no Oriente Médio como resultado da política fracassada dos EUA.
Assim, segundo ele, os EUA bloquearam sob falsos pretextos o trabalho do "quarteto" do Oriente Médio e tentaram monopolizar o processo da resolução palestino-israelense, mas Washington não levou em conta os interesses dos palestinos.
– A linha unilateral dos norte-americanos levou durante muitos anos a situação a um impasse cada vez maior. O 'quarteto' de mediadores internacionais do Oriente Médio não foi usado. Sob falsos pretextos, os EUA, de fato, bloquearam esse formato, que era único e, a propósito, tinha um mandato aprovado pela respectiva resolução da ONU – disse líder russo.
Segundo Putin, "os norte-americanos, apoiados por seus aliados europeus, tentaram monopolizar a resolução no Oriente Médio, mas não estavam preocupados em encontrar compromissos aceitáveis para ambos os lados, e certamente nunca tiveram em consideração os interesses fundamentais do povo palestino".
Além disso, o chefe de Estado enfatizou que a escalada sem precedentes do conflito palestino-israelense é uma enorme tragédia para ambos os povos.
– O que aconteceu, toda essa enorme tragédia que israelenses e palestinos estão vivendo agora, é um resultado direto da política fracassada dos Estados Unidos no Oriente Médio.
O uso de equipamentos pesados por Israel como parte da operação terrestre em Gaza em áreas residenciais é um assunto complexo, e repleto de sérias consequências, mas sem equipamento realizar tal operação é ainda mais difícil, alertou Vladimir Putin.
– O mais importante é que as vítimas entre civis serão totalmente inaceitáveis. Há quase dois milhões de pessoas vivendo lá. O principal agora é parar o derramamento de sangue – sublinhou Putin.
Ele acrescentou também que agora "são mais que desejados os esforços coletivos para um cessar-fogo rápido e estabilização da situação".
A Rússia acredita que não há outra alternativa nesse conflito além de negociações, disse Putin, acrescentando que resolução é possível só através do estabelecimento de uma Palestina independente com Jerusalém Oriental como sua capital.
Na manhã do último sábado, o Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel a partir da Faixa de Gaza. O Exército israelense relatou mais de 3 mil foguetes disparados do enclave e a incursão de dezenas de palestinos armados nas áreas da fronteira sul de Israel. Civis e militares israelenses foram tomados como reféns pelo Hamas e levados para Gaza.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que Israel está em estado de guerra e ordenou uma convocação recorde de 300 mil reservistas.