As altas do setor chegaram a 2,3% em janeiro, 1,4% em fevereiro, 1,4% em março e 0,8% em abril, segundo dados revisados pelo IBGE. O avanço de 0,1% em maio veio bem abaixo das expectativas de analistas do mercado financeiro. Economistas consultados pela agência inglesa de notícias Reuters projetavam ganho de 1%.
Por Redação - do Rio de Janeiro
O volume de vendas do comércio varejista no Brasil mostrou relativa estabilidade em maio, com leve avanço de 0,1% ante abril, apontam dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do quinto resultado positivo em sequência. A variação de 0,1%, porém, foi a menor desse período, o que sinaliza uma perda de fôlego do varejo em meio aos impactos da inflação elevada.
As altas do setor chegaram a 2,3% em janeiro, 1,4% em fevereiro, 1,4% em março e 0,8% em abril, segundo dados revisados pelo IBGE. O avanço de 0,1% em maio veio bem abaixo das expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência inglesa de notícias Reuters projetavam ganho de 1%. Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE, destacou que o novo resultado mostra um "cenário de estabilidade".
Segundo o instituto, as vendas do comércio continuam 3,9% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020.
— Observamos uma retomada no comércio varejista, mas vem de uma base baixa, dezembro, e sempre fazendo um acúmulo menos intenso ao longo desses meses — afirmou Santos.
Alta intensa
Na série sem ajuste sazonal, o setor recuou 0,2% frente a maio de 2021. Foi a primeira taxa negativa após três meses de altas. A expectativa de analistas era de ganho de 2,6%, conforme a agência inglesa de notícias Reuters. No acumulado do ano, o varejo avançou 1,8%. Nos últimos 12 meses, houve baixa de 0,4%.
Entre as oito atividades pesquisadas no comércio varejista, seis tiveram taxas positivas em maio, ante abril. A alta mais intensa foi a de livros, jornais, revistas e papelaria: 5,5%. Em termos de influência, os destaques foram artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,6%) e tecidos, vestuário e calçados (3,5%).
Na outra ponta, houve recuos em móveis e eletrodomésticos (-3%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,2%). De acordo com Santos, a inflação de dois dígitos é um dos fatores que explicam a perda de fôlego do varejo em maio. O endividamento das famílias também jogou contra o desempenho do setor, conforme o pesquisador.