A Tunísia também é acusada de maus-tratos contra deslocados internacionais, em meio a uma severa crise política e econômica que levou o presidente Kais Saied a dissolver o Parlamento e concentrar o poder em suas mãos.
Por Redação, com ANSA - de Bruxelas
A União Europeia deve assinar nesta terça-feira um acordo para ajudar a Tunísia no combate ao tráfico de seres humanos no Mar Mediterrâneo.
A iniciativa é impulsionada pela Itália, que deseja fazer Bruxelas aumentar seu apoio financeiro ao país africano para reduzir os fluxos migratórios irregulares na região.
– A boa notícia é que amanhã o comissário (de Alargamento da UE) Olivér Várhelyi assinará o acordo para o pacote de ajuda à Tunísia – afirmou o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, após uma reunião ministerial do bloco em Luxemburgo.
Tajani ainda disse esperar que a iniciativa totalize mais de 105 milhões de euros. No entanto, o alto representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell, ressaltou que a ajuda financeira chegará com a condição de que a Tunísia trate migrantes e refugiados com dignidade.
– Apoiaremos a Tunísia, mas esse pacote deve incluir o respeito pelos direitos humanos e o tratamento digno dos imigrantes – destacou.
A Itália já possui um acordo para treinar, equipar e financiar a Guarda Costeira da Líbia, outro importante vetor da crise no Mediterrâneo, mas o pacto é alvo de críticas por parte de ONGs e agências humanitárias devido às inúmeras denúncias de violências contra migrantes no país africano.
Maus-tratos
A Tunísia também é acusada de maus-tratos contra deslocados internacionais, em meio a uma severa crise política e econômica que levou o presidente Kais Saied a dissolver o Parlamento e concentrar o poder em suas mãos.
Segundo o Ministério do Interior da Itália, o país já recebeu quase 60 mil migrantes forçados via Mediterrâneo em 2023, mais que o dobro do mesmo período do ano passado.
Embora Tunísia e Líbia sejam os pontos de partida de quase todas essas viagens, as nacionalidades mais frequentes entre os deslocados são da Costa do Marfim (7,6 mil), do Egito (7 mil), da Guiné (6,4 mil), do Paquistão (5,9 mil) e de Bangladesh (5,8 mil).