A Universidade Federal do Rio de Janeiro começou, nessa segunda-feira, a implementar medidas de contenção de despesas devido ao corte de 44% na verba anual de custeio.
Por Redação, com agências de notícias - do Rio de Janeiro
A Universidade Federal do Rio de Janeiro começou, nessa segunda-feira, a implementar medidas de contenção de despesas devido ao corte de 44% na verba anual de custeio. A limpeza, por exemplo, pode ser suspensa até o final dessa semana.
– Essa semana, nós já não teremos mais limpeza caso não haja liberação de verba do MEC. Veja que os contratos de limpeza não estão nessa lista porque eles não podem mais ser cortados. Deles depende o funcionamento dos hospitais e da universidade como um todo – afirma a reitora Denise Pires de Carvalho.
Com o corte, a verba de investimento sofre mais redução, chegando a 86%. O dinheiro seria usado para compras de equipamentos e obras.
Crise
– Devido aos contingenciamentos que foram impostos, se eles não forem revertidos, a UFRJ corre sério risco de não conseguir chegar ao final do semestre. Para garantir um mínimo funcionamento da universidade, a gente precisa pagar as contas de luz, contas de água, pagar os terceirizados, pra você manter os serviços de bandejão, enfim... tem diversas despesas obrigatórias, que não podem ser cortadas, porque senão a universidade para. E é isso que tá em risco. A gente tá sem esse recurso mínimo para manter a universidade funcionando e isso é gravíssimo. Uma perda para nós que estamos aqui, dedicando a vida à universidade, nós, os técnicos, estudantes, mas pra sociedade como um todo – diz Felipe Rosa, diretor da associação de docentes da UFRJ.
Os professores da UFRJ afirmaram que os cortes colocam em risco as atividades de campo, além das bolsas de estudo que garantem as condições de permanência na faculdade de muitos estudantes,
Segundo a diretora do Sindicato dos trabalhadores em educação da UFRJ, Joana de Angelis, os cortes vão afetar não só os laboratórios que fazem as pesquisas, mas os trabalhos, que precisam de verbas para todo o seu funcionamento e os técnicos que dão suporte a tudo isso e que são comprometidos também com essa educação pública de qualidade, também vão ter o seu trabalho afetado.
– A gente sabe que esses cortes não vão parar, vão aumentar se esse governo que tem a educação como sua inimiga não mudar essa lógica e não eliminar, reverter esses cortes", diz Joana de Angelis.
De acordo com a reitoria, a previsão é de que o MEC libere, ainda este mês, uma verba para a universidade, mas se isso não acontecer serviços como o atendimento ao público no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho podem deixar de ser realizados.