O valor será entregue sem nenhuma condição específica e poderá ser integrado diretamente ao orçamento nacional ucraniano.
Por Redação, com CartaCapital – de Bruxelas
A União Europeia (UE) prometeu, nesta sexta-feira, emprestar 35 bilhões de euros (US$ 39 bilhões, R$ 211 bilhões) à Ucrânia, obtidos com lucros dos ativos russos congelados na Europa, para enfrentar um inverno difícil devido aos danos em sua rede elétrica provocados pelos bombardeios russos.
– Tenho a satisfação de anunciar que a Comissão adotou as propostas que permitirão à União Europeia emprestar 35 bilhões de euros à Ucrânia – afirmou Ursula von der Leyen ao lado do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em Kiev.
Os Estados-membros da UE ainda devem aprovar a proposta, mas o procedimento será acelerado, segundo uma fonte do bloco europeu que pediu anonimato.
O empréstimo será entregue sem nenhuma condição e poderá ser integrado diretamente ao orçamento nacional ucraniano, segundo a mesma fonte.
Os 27 países do bloco alcançaram um acordo em maio para utilizar os juros gerados pelos ativos congelados do Banco Central russo.
Quase 200 bilhões de euros (US$ 223 bilhões, R$ 1,2 bilhão) de ativos russos foram congelados na UE após o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Ursula von der Leyen chegou nesta sexta a Kiev para oferecer o “apoio” da Europa à Ucrânia, que se prepara para um inverno difícil ante a escassez energética provocada pelos bombardeios russos às infraestruturas do país.
– Minha oitava visita a Kiev ocorre enquanto se aproxima a temporada de calefação e que a Rússia segue atacando as infraestruturas energéticas – escreveu no X.
Armas de longo alcance
A UE ajudará a Ucrânia a “manter a luz acesa, manter aquecido [seu] povo e fazer girar (sua) economia”, assegurou, assistindo para a reparação dos danos provocados pelos ataques russos e exportando eletricidade para o país.
Esse apoio cobrirá “25% das necessidades ucranianas para o inverno”, avaliou.
A UE abriu oficialmente em junho negociações de adesão com a Ucrânia, que enfrenta um Exército russo mais numeroso e melhor armado.
O país perdeu “mais de dois terços” de sua capacidade de produção elétrica, segundo um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE).
Por isso, a comunidade europeia aportará a Kiev 160 milhões de euros adicionais (US$ 178 milhões ou R$ 964 milhões) em ajuda humanitária e infraestruturas energéticas.
A Ucrânia pede principalmente aos seus aliados que a deixem utilizar armas de longo alcance para atacar alvos militares em profundidade em território russo. Mas alguns se mostram reticentes, especialmente depois de o presidente russo, Vladimir Putin, dizer que isso equivaleria a que “os países da Otan [estivessem] em guerra com a Rússia”.
O Parlamento Europeu pediu na quinta-feira aos membros da UE “suspender as restrições” ao uso dessas armas.
O presidente Zelensky, que viajará aos Estados Unidos na próxima semana, afirmou nesta sexta-feira que “espera” o uso dessas armas.
Zelensky apresentará essa proposta durante uma cúpula internacional sobre a paz na Ucrânia em novembro, para a qual a Rússia está convidada.