Com a vacinação anticovid atrasada em seus Estados-membros, a União Europeia pode bloquear a exportação de imunizantes da AstraZeneca até que a multinacional anglo-sueca entregue as doses estipuladas em contrato.
Por Redação, com ANSA - de Bruxelas
Com a vacinação anticovid atrasada em seus Estados-membros, a União Europeia pode bloquear a exportação de imunizantes da AstraZeneca até que a multinacional anglo-sueca entregue as doses estipuladas em contrato.
O tema deve estar na pauta da próxima reunião dos líderes da UE, na proxima quinta e sexta, mas o comissário europeu de Mercado Interno e chefe da força-tarefa do bloco para produção de vacinas, Thierry Breton, já deu o tom das discussões nesta segunda-feira.
– Enquanto os fabricantes não tiverem entregado as doses prometidas para a União Europeia, devemos ser firmes no controle de exportações – disse Breton em seu Twitter, após uma conversa com o primeiro-ministro da Letônia, Krisjanis Karins.
Até o momento, apenas a Itália acionou o mecanismo de bloqueio a exportações de vacinas na UE, referente a uma carga de 250 mil doses da AstraZeneca para a Austrália. Os recorrentes atrasos da empresa, no entanto, podem motivar novas restrições.
Segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a AstraZeneca havia prometido entregar 90 milhões de doses ao bloco no primeiro trimestre, mas agora esse número não deve passar de 30 milhões.
O imunizante era uma grande aposta
O imunizante era uma grande aposta de Bruxelas para acelerar a campanha de vacinação contra o novo coronavírus, já que o produto é mais barato que os concorrentes e pode ser armazenado em temperaturas normais de refrigeração.
A possibilidade de bloqueio das exportações da AstraZeneca acendeu um alerta no Reino Unido, que já vacinou mais de 10 milhões de pessoas com o imunizante. Segundo a rede britânica BBC, o premiê Boris Johnson deve telefonar para líderes europeus nesta semana para tentar evitar restrições.
A UE já exportou pelo menos 41 milhões de doses de vacinas anticovid a 33 países, sendo 10 milhões ao Reino Unido, mas diz que não vem recebendo tratamento recíproco, especialmente de Londres. "Não está voltando nada para a UE", acusou Von der Leyen na semana passada.