Com isso, 2022 foi o oitavo ano consecutivo com temperaturas médias pelo menos 1ºC superiores ao período pré-industrial, indicando que a humanidade caminha a passos largos para não alcançar a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris.
Por Redação, com ANSA - de Bruxelas
As temperaturas no mundo em 2022 ficaram 1,2ºC acima dos níveis pré-industriais (1850-1900), de acordo com um relatório divulgado nesta terça-feira pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, programa de observação da Terra da União Europeia.
Com isso, 2022 foi o oitavo ano consecutivo com temperaturas médias pelo menos 1ºC superiores ao período pré-industrial, indicando que a humanidade caminha a passos largos para não alcançar a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris.
O tratado de 2015 tem como objetivo manter o aquecimento global neste século "bem abaixo" de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais. No entanto, compromete as partes a realizar "esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C", meta reafirmada na COP26, em Glasgow, em novembro de 2021.
Em 2022, a temperatura do planeta também ficou 0,3ºC acima da média do período entre 1991 e 2020. Ao longo do ano passado, prolongadas ondas de calor atingiram a Europa ocidental e setentrional, além de China, Índia e Paquistão, na Ásia.
Verão na Europa
O verão na Europa foi o mais quente já registrado, superando o recorde do ano anterior, de acordo com o Copernicus. Já na Antártida, o gelo marinho atingiu em fevereiro passado sua menor extensão em 44 anos de registros via satélite.
O serviço da UE também constatou em 2022 uma concentração recorde de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera desde que se tem registros, com 417 partes por milhão (ppm), um aumento de 2,1 ppm em relação a 2021.
Já a concentração de metano, também recorde, atingiu 1.894 partes por bilhão (ppb), 12 ppb a mais que no ano anterior. Os dois gases são responsáveis pelo efeito estufa, que provoca o aumento das temperaturas do planeta.